O encanto, a magia e a ludicidade são algumas palavras que podemos usar para tentar definir a contação de histórias.
Características estas, que me estimularam às narrações. A sala de aula sempre foi o palco, onde meu corpo e voz davam vida aos personagens e brilho nos olhos de crianças, jovens e adultos.
Porém, em 2020, quando a Pandemia do COVID19 assolou o mundo e ficamos atônitos com o que fazer, o canal “Oi, eu sou a Joy” surgiu, intuindo aproximação com as pessoas e propagação desta energia aos que precisassem de afago na alma.
Dentre cenários, sons, objetos e imaginário, as histórias foram aparecendo e ganhando seu território, abrindo espaço para autoconhecimento, estudo e aprendizado relacionado ao tema.
Não há um povo sem narrativas orais em sua trajetória, elas são parte importante de uma cultura e marcam o conhecimento de gerações.
As histórias de “boca a boca” permearam gerações e ainda hoje em muitas regiões são utilizadas de modo a transpassar os conhecimentos adiante. Inicialmente, não havia o suporte do registro escrito para que estes conhecimentos fossem levados adiante, ou quando existiam eram elementos dos quais poucas pessoas tinham acesso, fazendo-se necessário o cuidado com a memória dos “contadores” para a preservação deste acervo, porém essa tradição não retira seu valor, acrescenta-se a ela, a sabedoria daquilo que não está cristalizado em escritas no papel e dá-se vez a experiencia do viver, fato possível de se perceber nas comunidades indígenas, por exemplo, em que o pajé, tem a incumbência de passar adiante os conhecimentos, saberes e tradições para as futuras gerações para que sejam conservadas através dos tempos.
Nesses povos, o mais sábio, geralmente o mais velho é o responsável por fazer as contações ou narrações orais, todos os demais juntam-se em círculo em volta de uma fogueira para escutar atentamente a história a ser proferida. As famílias geralmente têm seu porta voz, pais, avós ou alguém próximo, que nos lares contam as tramas, sejam elas em relatos orais de vida, ou em leituras na cama, que tranquilizam o sono e criam laços de amor e afeto.
O encantamento e o fascínio desta energia trazida pelo lúdico, leva crianças e adultos a universos inimagináveis cheios de prazeres e aprendizado, onde a ficção é como “pílula de imaginação” que ajuda a aprender e nos recuperar de traumas, desafios ou dificuldades reais por meio da leveza e significado.
Os personagens dão vida a problemas e possibilidades em que todos, mas em especial as crianças, podem interagir e sentir-se parte neste mundo de expectativas, sensações, estimulando o trabalho com os sentimentos e de como lidar com eles.
A arte tem esta potência, nós somos seres históricos, as histórias são vida e em nós muitas fazem morada. De quando nos levantamos da cama até o momento em que nos deitamos, muitos enredos se cruzam findam ou iniciam sua jornada.
Dizem que quem conta um conto um ponto, mas o que importa mesmo é que no fim o ponto se transforma em vírgula e há sempre o que ser contado.
Convido-os a se deleitarem em histórias feitas com carinho. Acesse os links:
O VERDE BRILHA NO POÇO
BOLINHO DE ARROZ
A GALINHA
COMO A CAMALEOA SE TORNOU VERDE, LILÁS, AZUL…
Por JOYCE SANTANA