Filho! Estou contando a sua história, não a dela. A cada um só conto a história que lhe pertence.
C. S. Lewis
A contação de histórias é uma arte milenar que conquistou e ainda conquista muitas pessoas além de colaborar com a perpetuação e transformação de conhecimentos entre diversas culturas.
A figura do narrador ou narradora de histórias tem papel fundamental neste processo, pois com ela é possível dialogar entre história e público de maneira a enriquecer a pluralidade de entendimentos e significados a partir do que é contado.
Para que este processo tenha êxito é preciso que quem conta as histórias seja primeiramente um apreciador de histórias, é necessário atentar-se ao que lhe chama atenção em determinadas narrativas, como qual entonação de voz utilizar para que chame atenção aos aspectos considerados importantes na história, quais adereços podem somar ao que está sendo dito, como lançar questões sem que o roteiro seja perdido, etc.
Outro aspecto a ser levado em conta é observar atentamente o público, como ele reage aos estímulos que lhe são dados, fazendo com que a história flua de maneira orgânica tanto para quem a conta, como para quem a ouve. Interagir com os ouvintes, dando a eles espaço para entrar na narrativa com cuidado, sem que se perca o fio condutor da história.
É preciso também planejar seu método, sua maneira de contar, qual é o seu estilo e possibilidades também é ferramenta de comunicação que não pode ser evitada, é preciso que se tenha percepção e perspicácia no momento de contar a história e interagir consigo mesmo e com o público de modo a destacar no momento as melhores possibilidades de entendimento e apreciação do que está sendo oferecido.
Por fim, o contar e o ouvir histórias são dois lados de uma mesma moeda que nos proporcionam criar vínculos afetivos, memoriais, de hábito leitor e diálogo entre diversas épocas e culturas, e por ser algo sensível e de criação, cada contador de histórias é único, e cada contação de histórias também é inigualável.
Eu até já tentei ser diferente, por medo de doer, mas não tem jeito: só consigo ser igual a mim.
Ana Jácomo
O OUTRO LADO ESCONDE UM SONHO
Por JOYCE SANTANA
