(CONTINUA)
-Eu quero que você me chame apenas de senhora
E o seu sorriso disse por ele.
Um certo dia sentiu-se movido a ao fundo do quintal da casa de seus pais, talvez seus sentidos espirituais
tivessem ficado mais fortes com o aprendizado da senhora Olenna . O mato que estava lá não tinha
raízes firmes na terra e a terra estava mais macia que deveria. Por dias a mãe não estava em lugar algum e o
pai ordenava que fizesse as tarefas no lugar dela. Hamlyn soube que deveria ficar com a mulher pálida e dizer
tudo , que era perigoso ficar perto do pai. A aproveitou-se de um dos momentos de embriaguez e partiu na
noite sem lua, sem levar fogo algum consigo para não ser visto.
Sua caminhada fora estranha, pois tudo ouvia e discernia, seus passos, sua respiração lenta, e seus
batimentos, também ouvia outras respirações de animais dia tendo seus sonhos, e animais da noite sentia
seus olhos o perseguindo, um deles se aproximou de Hamlyn ele o olhou em seus olhos e o garoto conseguia
ver através do animal. Hamlyn continuou e chegou a casa da Mulher pálida pisou nos degraus levando-o a
porta e ergueu a mão e bateu.
-você chegou aqui, impressionante! Como fez ?
-A minha sensibilidade melhorou vossa graça…minha senhora.
Contou tudo que devia ser contado, lágrimas escorriam sem parar de seus olhos, Olenna sentou-se ao
seu lado e seu toque frio fez o pobre Hamlyn se acalmar…os braços dela o envolveram e ele pode ouvir seu
coração, batimentos leves e calmos e ela começou a cantar uma canção a mais bonita que ele já viu.
Sua amiga a escuridão se foi cedo demais, e com ela veio o dia, com o dia veio a luz, com a luz veio a
visão de coisas desagradáveis. Juntos fizeram o caminho inverso para a casa do pai, ele não queria, mas não
deveria desobedecer a mulher pálida.
Ela e o pai conversaram sozinhos, Hamlyn ficou longe para não ouvir a conversa mas desobedeceu e
foi ouvir. Seria mais difícil que a noite anterior, estaria parado sem ter que prestar atenção em andar. Fechou
os olhos pois ainda dependia da escuridão , harmonizou o coração e a respiração, e foi procurando, foi fácil
pois sabia a direção e a distancia além de conhecer a voz dos dois. Encontrou-os.
-senhora não pode me castigar eu não fiz nada eu juro
-Jurar mentiras diante de mim é mais grave que derramar sangue, sabes ?
-Sim, sei mas eu não matei ela. A encontrei enforcada na floresta, pensei que ela mesma tinha feito
aquilo, por favor não conte a ninguém, a terra onde se enterra um suicida é maculada, bem como sua casa. Se
eu souber como minha esposa morreu não haverá se escrever seu nome no livro das preses, não se acendera
a vela nos dias dos santos. Ela era uma boa mulher, merece ser lembrada.
-Não atestarei sua historia mas esquecerei todo este caso. O menino oque fara com ele?
-A senhora que ele ? eu o vendo …
-quanto ?
-quarenta moedas ?
-não para você. Tres porcos.
-Podem ser cinco? ]
-Ele é um bom menino, pode ser …
Abril os olhos já sabia oque deveria. Despediu-se do pai com educação e depois caminharam em direção
a casa da Senhora.
-Eu comprei você de seu pai Hamlyn agora você vai viver comigo. Me chame de mestra na frente dos
outros e entre nos como senhora, tudo bem?
-Obrigado minha senhora me deixou extremamente feliz. Ele falou da minha mãe?
-Ele disse que ela se matou. Pode ser verdade, ela era jovem e ele um velho reumático, ela podia
acetar uma surra ou outra, afinal era esposa, mas se brigassem de verdade ela mataria ele.
-entendo minha senhora.
Ficava nervoso no começo mais depois se acostumou-se em dormir junto com a mestra, a pele fria era
agradável possuía textura dos livros antigos.
– quero aproveitar o máximo desse tempo que temos juntos Hamlyn agora você já tem onze anos,
não demorara para que tenha pelos em suas partes e também não ira mais querer fazer amor com uma
velhinha como eu.
-Minha senhora me perdoe se eu discorde, mas sempre dormirei em sua cama e nunca de outra
mulher, amo admirar sua beleza .
Ela o respondeu com silencio e com um sorriso meigo.
Os anos trouxeram a guerra no começo era apenas múrmuros mais foram se aproximando mais e
mais.
Então um dia voltando para casa encontrou- o lugar em cinzas frias… seus olhos estremeseram, lagrimas
e desespero vieram a tona jogando as lenhas de seus braços aproximou de alguns soldados que haviam
ocupado o lugar e disseram-lhe que haviam matado um demônio que morava na floresta , uma morta viva da
necrópole e também disseram lhe que botaram fogo purificador em sua casa. O jovem abalado e sem reação
cai de joelhos em prantos por sua amada Olenna.
Por DENILSON SOUZA CASTANHARI