Desde que se conheceram na ilha Paraíso a amizade entre Judas, Melody e Miguel aflorou, e agora que moram perto um do outro por ideia do Anjinho Gremista os três criaram uma irmandade baseada na Liga da Justiça onde prometeram que fariam valer a justiça. Mas tinham uma condição, os seus pais jamais poderiam sonhar, que eles estavam se arriscando salvando o mundo.
— Eu vou usar colete e talvez uma saia de balé e uma bota em cor de rosa.
— Dona Ostra, mas você vai para o circo? Ou algo parecido?
— Porquê dessa pergunta? Estarei super estilosa, você está com inveja.
— Eu?!
— Sim, você Bola de Feno! — Judas a olhava serrando os olhos.
— Está enganada, eu já sei o que vou usar.
— O que seria?
— A minha mamãe Naty gosta da princesa Diana, e para mim também ela é maravilhosa, vou homenageá-la usando a roupa da Mulher Maravilha.
— Bem que agora você me lembrou aquele episódio em que a Mulher Maravilha se transforma em um porco, todavia Bola de Feno você será uma porca caramelada.
— Vocês vão ficar nisso o dia todo? Ao invés de ficaram trocando elogios como de costume, que tal vocês me ajudarem a pegar os materiais que vamos precisar? — Miguel vasculhava em seu quarto equipamentos que podem usar em situações de emergência.
— Eu vou, mas só depois que a Melody me pedir desculpas pelas grosserias que me falou.
— Você devia me agradecer por não te deixar passar por ridícula. — Virando as costas para Judas Melody parou de falar apenas quando foi atingida pelo bumerangue que Judas mandou em sua direção.
Miguel estava arranjado, pois trabalhar com Judas e Melody não é nada fácil. As duas são inteligentes e espertas, mas vivem brigando. Não gostando do golpe Melody partiu para cima se Judas as duas pararam de brigar apenas quando Miguel as pegou e colocou de castigo, as duas não poderiam frequentar o seu quarto e nem conversar, ele estava farto, e só voltaria a falar com as duas quando parassem de brigar.
— Tudo sua culpa Dona Ostra!
— Minha não, você quem começou!
— Mas não vamos recomeçar de novo, temos que fazer as pazes com o Anjinho Gremista, ainda mais que prometemos ajudá-lo.
— Que maravilha, “Mulher Maravilha” mal formamos a nossa liga e já fomos expulsas!
— Acabou?
— Já.
— Ótimo, achava que você ficaria o dia todo falando disso.
— Não, até porque tenho mais o que fazer.
— O que por exemplo?
— Pintar as minhas unhas, comer e dormir, esses tempos que ficamos na ilha foi desgastante para mim, ainda não me recuperei.
— Mas Dona Ostra isso já tem mais de um ano.
— É, mais a minha beleza e bem estar é difícil manter.
— Percebi, esses bigodes desengonçados.
Melody rolava no chão de tanto rir, não se importando com a cara aterrorizante que Judas fazia em sua direção.
— Hahaha, muito engraçado Bola de Feno, só que não! Deixa de bobagens e vamos atrás do Miguel, mas antes vamos providenciar o que ele nos pediu, eu irei ao meu quarto, depois vou ao quarto dos meus pais ver o que acho de útil.
— E eu vou em casa ver o que posso pegar.
— Perfeito, nos encontramos a noite e vemos o que cada uma achou.
As duas saíram em busca de materiais enquanto Miguel em seu quarto escolhia o seu traje.
— Será qual capa eu uso? E máscara? Eis aí uma atividade em que a Melody e a Judas são ótimas, mas eu não aguentava aquelas brigas direto. Bem, mas eu não posso deixar nada me atrapalhar, eu combaterei o crime com ou sem as duas.
Como esperado Miguel imitava o seu herói favorito, com a máscara e roupa do Batman, iniciava a defender a população paulistana durante aquela noite. O pequeno subiu na sua batbike vagando pelas ruas do seu bairro com cuidado para não ser visto. Melody e Judas vendo que ele tinha saído o seguiram.
— Mas Melody porque você resolveu trazer um triciclo para nós? Não tinha lago melhor?
— Achei legal, para nos dá mais adrenalina.
— Muita, desse jeito não vamos alcançar o Miguel!
— Dá sim, é só você ajudar a pedalar.
— Na próxima eu peço para os meus pais comprar um bugue, ou então o Miguel usará o que ele tem.
— Esqueceu que ele quer a gente longe dele?
— Não esqueci, mas sei que é passageiro, ele nunca ficou bravo de verdade comigo. Eu e ele somos carne e unha.
— Assim espero, porque gosto dele, e não quero ficar longe.
As duas enfim se aproximavam do garoto, enquanto ele estava dando uma lição em dois homens que roubava a bolsa de um estudante que vinha da faculdade.
— Vocês não têm vergonha de roubar? Ah é eu esqueci que vocês estão amordaçados e só vão falar quando a polícia chegar.
Os bandidos o olhavam tentando entender o que uma criança de 7 anos fazia sozinho uma hora daquela em um local tão perigoso. Porém um deles o respondeu.
— Mini Batman está na hora de ir dormir, se você quiser te levo para casa.
O rapaz se aproximava demonstrando está falando sério, porém, Miguel não pagaria para ver.
— Prefiro está sozinho que mal acompanhado, agora com licença, vamos acelerar isso porque eu tenho o que fazer.
Sem entender ao que o garoto se referia os bandidos ficaram sem reação. Atrás do poste próximo ao Anjinho Gremista, as duas observam de longe não querendo estragar o momento.
— Vamos acabar logo com isso!
— Concordo garoto!
Mal terminou de falar, o Anjinho Gremista disparou dois batrangs que os imobilizou, vendo que estava seguro, se aproximou e os algemou, além de colocar as suas cuecas sobre as cabeças. Enquanto Miguel entregava a bolsa para a estudante a polícia chegava e levava os dois criminosos em cana.
Não tendo mais o que fazer ali, o Anjinho Gremista seguia pela Avenida Paulista, ele até fingiu não ver as duas, todavia ele não aguentou ver a Judas em cima da Melody se escondendo em uma pequena caixa. Passando perto da caixa ele jogou uma cobra de brinquedo quando as duas pularam a mil por hora para fora da caixa.
— Ei vocês! Voltem aqui.
As duas já tinham corrido bastante quando escutaram a voz do garoto que ria da situação. Quando olharam para ele, viram que segurava a cobra de brinquedo sem acreditar que caíram na brincadeira.
— Te falei Bola de Feno que não era nada demais e você ficou desesperada.
— Eu?!
— Sim você. — Judas falava aquilo, mas sabia que não era verdade.
— Foi você Dona Ostra que se desesperou e para pular da caixa, já não basta eu estar suportando o teu peso enorme ainda levei arranhões de brinde…
— Vocês não têm jeito, mas eu estava morrendo de saudade de vocês e parabenizo vocês ficaram até muito tempo sem brigar.
— Como sabe?
— Eu vi vocês desde a hora em que saíram atras de mim.
— Como sempre você Bola de Feno colocando tudo a perder, foi assim no reino do Boto e toda vez você faz isso.
— Mas Judas não foi ela, foi você lixando as unhas ali no banco da praça.
Era mais uma manhã ensolarada, o Anjinho Gremista acabara de acordar, graças a sua amiga inseparável chamada Judas. Por mais que estivessem de férias a felina não dá trégua. Longe da correria da cidade grande o garoto aproveita a tranquilidade do interior. Enquanto a cachorrinha Melody aproveitava a cama fofinha, Judas aninhava sobre os seus pés lhe fazendo cocegas até o fazer levantar.
PARTE 2
— Tá bom, você venceu. — Sempre que consegue o que quer, ela faz uma gracinha dando algumas piruetas em comemoração.
Ao tomar banho um delicioso café da manhã lhe aguardava, porém, ele queria saber o que há por trás de tamanha beleza. Mal conseguiu se concentrar nos deliciosos pães de queijo preparados pela Marcela a sua avó. O garoto comia apressadamente, para ele os dias ali com os avós são sagrados e rementem a bastante travessura.
Ao ir atrás do seu avô, o Anjinho Gremista escutou Dan, um fazendeiro ganancioso, ele estava revoltado porque Getúlio não queria vender o seu terreno, enquanto o seu pai Pedro enxotava o fazendeiro mais uma vez. Quando deram conta de que o pequeno contemplava aquela cena o tiraram dali explicando que adultos brigam, mas que estava tudo bem.
Entretanto as palavras de Dan estavam no pensamento do pequeno. Algo que o surpreendeu, até então, imaginava que esse homem era amigo da sua família. O Anjinho Gremista tem 7 anos, porém, é um garoto esperto que não gosta de impunidade, ao presenciar aquela cena, ele colocou em mente que desvendaria o que Dan planeja junto com Judas e Melody as suas companheiras inseparáveis.
A sua família sabe o quanto gosta de aprontar, e por esse motivo o garoto sabe que não pode pisar em falso, pelo contrário o seu plano de desmascarar Dan vai por água a baixo. Tomando cuidado para não chamar atenção, disfarçadamente fingia estar brincando normalmente, enquanto falava com as suas ajudantes através de códigos.
O Anjinho Gremista estava curioso para descobrir o motivo de Dan querer comprar as terras do avô, sendo que ele tem bastante terras para construir até um castelo se quiser e o que vem em sua mente é que não faz muito tempo seus avós forneciam verduras e deixavam no domicilio em que Dan vive desde pequeno.
Porém quando a família recusou a oferta de compra e souberam no que esse fazendeiro planejava transformar a fazenda, desde esse dia a amizade e paz entre Dan e a família de Getúlio chegou ao fim, quase todos os dias Getúlio tem essa péssima visita.
Sendo considerado muito jovem para lidar com esses problemas, seus pais e avós não contaram sobre do que se trata esse conflito, e além de descobrir porque a amizade acabou ele está decidido a pôr um fim nos planos de Dan, seja lá o que for. Seguido o plano, Judas pega os equipamentos para mais uma missão, o Anjinho Gremista preparava a sua batbike para pedalar alguns minutos até a casa do terrível fazendeiro.
— Não temos tempo de verificar se você pegou todos os equipamentos, mas confio em você.
Judas apenas confirma de que não precisa se preocupar. Não havia sinal de perigo, o Anjinho Gremista vestiu o seu traje de Batman com todos os adereços do homem morcego, enquanto a Judas foi dada uma roupa especial cor de rosa. Ele a colocou na cesta da sua batbike e pedalou rapidamente antes que alguém os vissem saindo.
Parecia que seria fácil, mas na metade do caminho o Anjinho Gremista percebe que o pneu dianteiro estava seco, ele não estava conseguindo pedalar, quando desceu da batbike ao olhar aquele pineu constatou que havia um prego.
— Eu poderia remendar esse pneu, mas vai demorar demais, Judas me ajuda a trazer a batbike para essa moita, através do batcâmbio vou chamar rapidamente a Melody e ela a leva para casa.
Sabendo que Judas e o Anjinho Gremista estavam em busca de desvendar mais um mistério, Melody se juntou ao grupo, vestida adequadamente com a roupa da Mulher Maravilha estava irreconhecível. O trio visualiza Dan que planejava acabar de uma vez com Getúlio, sendo Lídia filha única morando no país e tendo a sua vida e emprego na grande cidade, Dan via que a fazenda ficaria livre e que Getúlio e Marcela não teriam alternativas a não ser vender.
— Então é isso? Essa minhoca gigante acha que vai conseguir matar meu avô e ficar com a fazenda?! Mas não vai mesmo! Pelo contrário eu não faço travessuras como sempre dizem.
— É sim e não podemos deixar! — Judas cerrava os olhos em direção a Dan e seus capangas.
— Eu tenho uma zoeira para fazer quando os pegarmos. — Melody fazia uma cara de travessura que os dois sabiam que dariam muitas gargalhadas.
— Conta o plano Bola de Feno.
Melody contava o que aprontariam ao captura-los, ao mesmo tempo o garoto pensava rapidamente no que poderia fazer para acabar aquele plano maligno.
— Meninas eu vou entrar e chamar a atenção deles, não esqueçam de gravar eles confessando o plano, após conseguirmos segurá-los por um tempo vamos chamar a polícia, e vocês peguem emprestado todos os materiais deles e podem tacar fogo naquelas madeiras que eles querem construir a arena de rodeios.
Elas balançaram a cabeça concordando ao dar o sinal elas entraram, enquanto Judas saltava de um lado para o outro puxando as cuecas dos capangas, Melody os amarravam, e sem perceberem elas conseguiram pegar as suas armas e não se contentando colocaram a zoeira sugerida por Melody em ação, puxaram as cuecas cobrindo os seus rostos, o trio são fãs do Maskára e por gestos deixavam claro que esse é o momento que fariam semelhante ao herói dos desenhos animados.
O Anjinho Gremista não se aguentava, tirando sarro do fazendeiro e os seus cúmplices, mas ele sabe que há muito o que fazer.
— Meninas ficarei vigiando a cambada, enquanto a Melody coloca gravação para a polícia, Judas coloca fogo nas madeiras e depois vou mostrar a gravação onde eles falam onde escondem drogas e armas ilegais.
O fogo de imediato destacou por aquele céu azul, imediatamente, Pedro e Lídia no mesmo instante perguntaram a Getúlio e a Marcela se sabiam onde o Anjinho Gremista está, porém nada sabiam, fizeram a busca pelos empregados, mas nenhum deles sabiam o paradeiro do garoto.
Pedro recordou o que aconteceu nas primeiras horas da manhã, mas eles não estavam querendo acreditar que o filho tenha ido atrás do terrível fazendeiro. As dúvidas tornaram certeza quando avistaram a grande fumaça que vinha da casa de Dan.
Getúlio e Marcela estavam se preparando para sair, mas Pedro e Lídia pediram para que não fossem, assim ficava mais fácil saber caso o pequeno voltasse para casa eles os avisassem, os casais combinaram que quem soubesse notícias do Anjinho Gremista avisasse.
Quando Pedro e Lídia chegaram à fazenda de Dan, a polícia estava os retirando junto com os capangas com as cuecas do jeito que Judas e Melody deixaram. Os três riam daquela situação. Quando avistaram seus pais chegando, por mais que quisessem chamar a atenção do filho eles estavam orgulhosos porque mais uma vez o Anjinho Gremista mostrava que de fato é um anjo protetor, capaz de fazer justiça sem temer.
— Não precisa ficar apreensivo, sabemos que você é traquino, mas não gosta de ver impunidade, parabéns filho. — Pedro ria de felicidade, porque tudo o que o Anjinho Gremista fazia é com base em suas conversas. Lídia registrava aquele momento em que os três salvaram a vida do seu pai, ela guarda em seu coração gratidão aos três por terem se arriscado por Getúlio.
Ao saber do plano reforçaram a segurança da fazenda e Marcela e junto a seu marido todos os meses começaram a fazer feira da agricultura. Logo a fama espalhou pela região. Nas redes sociais o vídeo das meninas levantando as cuecas de Dan e seus homens faziam sucesso. Melody, Judas e o Anjinho Gremista, apareceram em diversos programas de televisão, o garoto aproveitava para falar sobre o motivo de terem tido tanta coragem.
No presídio Dan e companhia eram feitos de empregados pelos presos, qualquer serviço que fosse necessário chamavam os três. E quando souberam que desejavam acabar com a fazenda histórica da região para criar arena de rodeios a situação piorou. Se não bastasse na televisão os presos de propósito deixavam no canal de notícia e quando passavam a matéria falando do vexame dos dez homens os traziam para rever a vergonha.
Sequer imaginando o que Dan enfrenta, Getúlio e a esposa aproveitam as últimas horas junto a Judas, Melody, Anjinho Gremista, genro e filha. O tempo passou tão depressa quando perceberam era hora de voltar a vida cotidiana. Todavia, é apenas um até logo. Nas férias, como de costume os quatro regressam para a fazenda que parece irreal de tão encantadora.
— Dessa vez como você vai chamar a nossa aventura contra o Dan? — Judas estava ansiosa pelo título.
— As Aventuras de Judas, Melody e o Anjinho Gremista, em: Tá Pegando Fogo.
— Legal, eu adorei. — Melody o aplaudia.
— Mas você vai mandar para o Tio Harry e a Susane?
— Claro Melody, eles me prometeram escrever e divulgar as nossas aventuras sem meus pais saberem.
— Mas tem os nossos nomes maninho…
— Eu sei Judas, mas daqui que os nossos pais descubram o que estamos fazendo será tarde.
Os três seguiam combatendo o crime, logo, tornou-se algo natural que para eles não tinham medo de nada. Percebendo que os filhos estavam quietos até demais Lídia e Pedro andavam desconfiados de que traquinavam algo, mas não havia provas. Não sabendo mais a quem recorrer, convocaram Naty tentando descobrir o que o trio aprontava, Lídia deslocou-se até a casa da vizinha, enquanto Pedro ficava vigiando.
Segundo Naty a Melody continuava sapeca e travessa, não havia mudado, apenas estava mais fora do que em casa. Isso deixa Lídia mais preocupada. Depois de tantas teorias chegaram a uma conclusão.
— Tive uma ideia! — Dizia Naty enquanto trazia chá e biscoitos.
— Diga amiga que ideia é essa.
— É algo tão obvio, mas não pensamos…
— Diga amiga, eu sou muito curiosa.
— Vou implantar câmeras no quarto do Miguel e da Judas, eles ficam mais lá do que em qualquer lugar da casa.
— E eu vou colocar câmeras no quarto da Melody, ela nem vai perceber…
— Deixa que eu compro as câmeras e venho deixar para você.
— Ah muito obrigada amiga, tenho que ver como as crianças estão, a essa altura as enfermeiras devem estar pedindo socorro.
— Boa sorte com os óctuplos.
Lídia saiu apressada, nada mais naquele momento importava do que saber o que Miguel, Judas e Melody aprontavam e em sua cabeça colocou que em menos de uma semana descobriria.
— Pronto, câmeras instaladas!
— Até que você foi rápida.
— É, não poderia esperar mais do que esperei.
— Vejo, não me deixou terminar de escrever aquele artigo sobre a desigualdade social…
— As duas questões são importantes e como eu estou tendo mais tempo livre e também sei fazer o serviço nada me impede de instalar aquelas 50 câmeras.
— Desse jeito as crianças vão se sentir no BBB.
— Eles nem vão perceber são micro câmeras.
Algumas horas mais tarde Judas e Miguel chegaram em casa tentando esconder qualquer objeto que entregasse o que estavam fazendo.
— Judas onde foi que você viu que a mamãe colocou câmeras?
— Em nosso quarto e no meu também. O que vamos fazer mano?
— Que tal se a gente zoar hoje?
— Como assim?
— Antes da gente entrar em casa vamos hackear daqui mesmo.
— Será que eles não sabem da existência dessa nossa casa na árvore?
— Acho difícil, eles vivem trabalhando e os tem acrofobia.
— Ainda bem assim não nos pegam de surpresa…
— Vamos ao plano.
— Mas antes não vamos avisar a Melody?
— Esqueceu que ela recebe as informações em sua coleira?
— Sim esqueci.
— Ela até me respondeu dizendo que vinha assistir a reação dos nossos pais aqui em casa.
— Você sabe qual roupa ela vai estar usando?
— Judasss!
— Tá bom tá bom, parei.
Após a janta e colocarem as crianças na cama, Lídia chamou Pedro para o quarto com a intenção de descobrir o que os filhos aprontam. Judas e Miguel estavam na expectativa de ver a reação dos pais ao ver o que estava nas câmeras.
— Pronta para descobrir o que estão aprontando?
— Sim, quero muito.
— Um, dois, três e já!
Quando a tv ligou mostrava Lídia instalando as câmeras por todos os cantos e no fim do vídeo apareciam os três sorrindo dando o recado “Acharam que deixaríamos nos espionar? Se vocês quiseram saber após verem esse vídeo venham ao nosso quarto”.
Os dois ficaram pasmos em nenhum momento passou a ideia de que o filho monitora o quarto.
— Às vezes eu esqueço que ele é um menino prodígio.
— É, eu também, mas agora é hora de descobrirmos o que estão aprontando, vamos Pedro.
— Espera Querida.
— Temos que chamar a Naty, aliás, a Melody está metida na história.
— Tá, eu vou ligar para ela e vamos os três.
— Mas será que ela vai conseguir sair uma hora dessas?
— Acredito que sim, os óctuplos devem estar dormindo.
No quarto, Melody, Judas e o Anjinho Gremista aguardavam ansiosamente, enquanto Melody fazia inúmeras perguntas.
— Gente, independente do que os nossos pais disserem nós não vamos parar né?
— Bem, se me derem alguns peixes eu posso pensar.
— Judas!
— Eu só estou brincando….
— Melody fizemos uma aliança e só vamos parar quando morremos e não tiver meios de combatermos o crime, a nossa liga da justiça é para valer.
Ao escutar a batida na porta o Anjinho Gremista foi abrir a porta. Quando viu os três gargalhou.
— Entrem, vocês não queriam tanto ver meu quarto?
— É bom vocês explicarem o que andam aprontando se não…
— Tá, mas primeiro a sra me ensina como instalar as câmeras? Hahaha…
— Filho, eu e a sua mãe juntamente com a Naty estamos preocupados com esses sumiços e tanto mistério, dá para dizer o que vocês estão aprontando?
Judas, Melody e o Anjinho Gremista se olharam confirmando que agora é a hora de contar tudo.
— Judas mostra para eles aquela mala.
— Mal posso esperar para ver o que tem aí nessa mala, Melody o que te aí? Conta para a mamãe.
— Mamãe deixa que a Judas mostra e conta em detalhes.
Ao abrir a mala Judas tirou as três fantasias deixando os pais mais curiosos.
— Filha vocês estavam indo em festa fantasia, carnaval fora de época e não nos avisaram?
— Posso contar mano?
— Pode, a vontade.
— Papai, mamãe, Naty essas fantasias é porque eu a Melody e o meu mano nós fantasiamos e vamos combater o crime, já salvamos várias pessoas, teve: assaltos, incêndios, valentões, agressão contra Mulheres…
— Isso foi uma piada né?
— Não pai, é de verdade.
— Como assim filho?
— É isso mãe, nós gostamos de ajudar as pessoas e com cuidado nós podemos.
— Aí que fofa minha bebê estar e colocou os bandidos para correr.
Pedro e Lídia olharam para Naty incrédulos com aquela declaração.
— Que foi? Eu gosto da ideia.
— Eles são crianças e mesmo que não fosse vivemos em um mundo violento.
— Por isso mesmo pai, o mundo precisa de nós.
— Mas pai…
— Não tem essa…
— Mãeeee…
— Não. — Ela o olhava seriamente.
— Mas eu ainda não falei nada.
— Mas sei que ia tentar me convencer.
Os dois saíram para atender uma ligação urgente e Naty ficou com o trio, esperou apenas eles darem as costas para compactuar com os pequenos.
— Tia a senhora vai nos ajudar falando com meus pais?
— Claro que vou. — Ela falava enquanto pegava Judas e Melody em seu colo e o acariciava.
— Se eles não aceitarem?
— Judas a minha mamãe é excelente, ela vai os convencer, então amanhã no mesmo horário né?
— Podem confiar em mim, eu vou dá um jeito e nos vemos amanhã em minha casa.
— Para quê Naty?
— É coisa da Melody, mas agora me dêem licença, tenho que ir pegar alguns livros que a mãe de vocês separou para doarmos.
Mal Naty saiu do quarto, turbinaram Melody de perguntas, que desviava de todas.
— Agora conta para nós, o que é essa surpresa?
— Dona Ostra, se eu cotar não tem graça, mas vocês prometem que vão?
— Vai ter comida?
— Judaaas! Será que você só pensa em comida?
— Desculpa mano.
— Pela expressão da Melody é algo importante.
— Quer dizer que vocês vão?! — Melody estava bastante, porque estava preparando uma surpresa que agradaria a todos.
— Mas é claro, sabe que te adoramos.
— Tá, agora tenho que ir porque a Mamãe já está cansada.
Logo quando amanheceu após o café da manhã mais uma vez o Trio da Justiça se reuniu. Mas antes de irem Melody os convidou a visitar a sua casa, Miguel e Judas rapidamente se dirijam a casa da amiga.
Ao escutar batidas na porta Melody foi ver quem eram, porém é Cebolinha que tinha ido fazer caminhada.
— Minha Deusa Grega o que houve com a Melody?
— Porquê?
— Eu abri a porta e a vi toda feliz, quando se deu conta que era eu a expressão dela ficou arrasada, será que eu fiz algo a ela?
Não sei.
— E nem deu tempo de falar nada, ela saiu correndo para o jardim, parece que está aguardando visitas.
— Ah Mozão, lembrei. A Melody está aguardando os amigos dela e mais tarde irei ver os pais deles.
Naquele instante Naty aproveitou que Cebolinha estava em casa para deixar a par da situação, algo que os dois sempre fazem. Na sala Melody enfim estava acompanhada dos seus dois amigos inseparáveis.
— Venham comigo lá para o quintal.
Os dois morrendo de curiosidade apenas a seguiam. Escutando o barulho dos três, Naty foi ao encontro revelar o que é a surpresa.
— Sejam bem vindos.
— Obrigado tia, né Judas?
— É sim, estamos felizes de estamos aqui.
— Vocês devem vir mais vezes sabiam? Todos nós ficamos honrados em receber vocês aqui.
— Pode deixar, nós viremos mais vezes, ainda mais se você me ensinar como se produzir.
— Tia o papo está ótimo, mas eu quero muito saber o que é a surpresa e também porque como a senhora sabe, nós temos que ajudar os animais, pessoas, acabar com a violência.
— Rapazinho apressado, quase não vem em casa e quando vem é nas carreiras hahaha mas está bem, chega de atrasar a revelação.
Os óctuplos se aproximaram trazendo uma placa e nela dizia: “agora fazemos parte do trio liga da justiça”. Olhando para a cara dos dois sem entender Naty não se confia de tanto riso. Melody não aguentou e riu junto.
— Mas que piada é essa Bola de Feno?
— Uaii Dona Ostra para te ajudar a escapar dos bandidos, você não gostou?
Sem falar nada Judas apenas cerrava o olhar.
— Tia é sério isso? Se for já adianto que não sou babá, não vai rolar.
— Nossa que direto. — Naty ainda em ataque de riso se aproxima de um pote que estava na mesa alguns passos deles.
— Chega de gracinhas, agora venham comigo até aquele espaço.
Chegando ao local indicado, Cebolinha estava prestes a desembrulhar o que para eles estava indecifrável. Naty se aproxima dele e entrega algo que Miguel e Judas não consegue ver.
— Ela está matando vocês de curiosidade né?
— Sim senhor está.
Sem esperar nada Cebolinha revelou o grande segredo.
— Espero que gostem, ah foi ideia da Melody e o Cebolinha e ela foram escolher.
Os irmãos focaram sem reação, eles nunca tinham visto nada igual.
— Crianças vocês estão bem?
— Sim tia, estamos apreciando essa belezinha né Judas?
— É sim, pensou como vai ser divertido usar em todos os lugares? Bola de Feno enfim uma boa escolha.
Vendo que os dois ficaram em uma espécie de anestesia, Cebolinha interrompeu aquele momento.
— Mas o que vocês estão esperando? Entrem!
— Obrigado Melody, tio cebolinha e tia Naty.
— Chega de agradecimentos e vamos entrar em nosso batbugue.
O trio estava apreciando a beleza do batbugue, porém o alarme soou os lembrando que é hora de mais uma boa ação para ser feita.
— Esperem! — Disse Naty com dois dos seus filhos.
— O que tia?
— Miguel, falta mais seis. — De bom humor o garoto apenas acenou e pediu para que levasse a batbike quando fosse visitar os pais, ele acelerou o batbugue.
Rapidamente o trio avistou alguém que precisava de ajuda. Quatro Jovens batiam em um rapaz apenas por prazer. Judas passou com a sua pose de gala distraindo a atenção dos malfeitores, que caíram com um golpe da Melody e do Anjinho Gremista, enquanto Judas aproveita para os imobilizaram com o batimobolizador.
— Bom trabalho meninas! Vamos continuar a nossa buscar por criminosos.
Enquanto o trio seguia ajudando a população, Naty estava conversando com Pedro e Lídia.
— Naty sabemos que você gosta da Judas e do Miguel, mas o que você nos pede é demais.
— Lídia, sei que dá medo, entretanto vocês sabem o filho prodígio que tem e ele tem a Judas e a Melody que são espertas e falam.
— Não tem acordo, desculpa. — Dizia Pedro relembrando do passado.
— Como não? Lembram quem nos salvou da Boto? Lembram como foi? A gente planejou, mas no fim deu errado e apenas os três ficaram e deram conta.
—Sim lembramos e quase perdi a minha esposa por ter deixado meus filhos sozinhos.
— Agora não tem porque temer, pra assegurar que os filhos de vocês e a Minha Melody não vão correr perigo eu chamei o Dan e a Iara, eles serão uma espécie de Alfred.
— Naty você deixar eu conversar com a minha esposa? Rapidinho.
— Tá ok, vou ao balanço que tanto amo. Ele ainda está lá?
— Sim, e aproveita que a Judas não está em casa. Se bem que depois que começaram com esse negócio de salvar o mundo está cada vez mais difícil ver os dois pela manhã e a noite.
— Olha pessoal vamos encontrar uma forma deles continuarem sendo os nossos bebês, boa conversa, quando acabarem me chame tá?
— Vamos sim, e fique à vontade, fiz uns enroladinhos deliciosos.
Quando Naty havia dobrado em direção ao balanço os dois começaram a decidir o que fariam dali em diante os dois viam a situação perigosa, ao mesmo tempo que eles sempre ensinaram aos filhos fazerem o que amam e o que é certo.
— Meu bem você não vai falar nada?
— Estou pensando o que eu faria sem o Miguel e a Judas.
— Não pense isso, vai ficar tudo bem, sempre foi assim não foi?
— Sim, ele é muito inteligente, sapeca e com a Judas e Melody do lado fica inabitável.
— Sim, mas como não pensar? Agora os dois mais a Melody estão lá enfrentando todos os tipos de situações e nós aonde estamos? Aqui.
— Querida você está falando o que estou pensando?
— Sim, estou. Se eles podem, nos podemos. E também agora que os seus pais estão vindo para cá ajudar é melhor ainda, eles vão nos ensinar muita coisa.
— Sabe que estou ao seu lado em todas as escolhas. E eu não acho certo falamos para os nossos filhos desistirem, eles são incríveis e acho que eu, você, meus pais, Melody, Naty e eles, certamente seremos uma grande equipe, enquanto estaremos nas ruas a outra parte da equipe mostra os locais que precisam de nós.
— Posso chamar meus pais também?
— Mas é claro, até seus irmãos se você quiser.
— Chato. — Ela ria enquanto o abraçava.
— Falei sério, podemos colocar quem você quiser. Sabemos que as nossas crianças e o pessoal vão amar se enfiar nas loucuras conosco.
— Tá, mas veremos os horários para não atrapalhar as nossas reuniões.
— Sim senhora, agora vamos até o a Naty, ela deve estar aperriada com tanta demora.
Pelo olhar de Naty ao ver os amigos ela sabe qual é a decisão.
— Fico feliz que não foram do contra.
— Mas como você sabe?
— É fácil, a expressão de vocês minha amiga, diz tudo.
— Sério? Então não precisamos terminar de contar o tanto conversamos.
— Pedro não seja chato me conta, amiga…
— Claro que vamos te contar, envolve todos nós.
— Desembuchem qual foi o desfecho completo.
— Amiga, decidirmos que vamos fazer parte do trio liga da justiça. E estamos convocando você para participar.
— Com as crianças estou muito atarefada.
— Sabemos Naty, por isso falei para Lídia que você monitora e dá outras dicas para nós quando estivermos em batalhas.
— Sendo assim tô nessa! Judas, Melody e o Anjinho Gremista vão amar essa ideia.
— Como combinado você comunica para as crianças que aceitamos que combatam o crime, apenas não diga a surpresa tá?
— Combinado, agora tenho que ir. Estou bastante tempo fora de casa e logo os meninos vão para lá saber o que conversamos, até logo.
Nas ruas Melody, Judas e o Anjinho Gremista combatem vários desafios o do dia foi intervir no meio de um assalto a um banco. Quando os criminosos se deram conta Miguel estava em sua frente, enquanto ele distraia os bandidos Judas e Melody aprendia os bandidos discretamente disparando arma de choque e levando as cuecas dos bandidos cobrindo seu rosto. Esse modo de agir virou símbolo do trio.
Indo para a casa da Melody, mais uma vez Judas interroga Miguel sobre o que fazer caso Naty não tenha conseguido os convencer e mais uma vez Miguel a acalmava.
— Dona Ostra relaxa, se a minha mamãe falou que vai nos ajudar é porque ela vai, ela tem um poder de convencimento que nunca vi alguém melhor que ela.
— Isso é verdade, eu vi algumas vezes, até mesmo quando ela foi reivindicar os prejuízos que o Vovô causou a ela quando era Boto, eu estava com pena do vovô, ela ajuntou várias provas e até o que não tinha de prova, quando ela enfim acabou haviam passados horas. E só acabou porque. Melody a chamou, obrigado por ter salvado meu vô.
— Eu vi que a mamãe não o deixaria sair de lá tão cedo e fiquei com pena dele…
— Bola de Feno ela é sempre assim?
— Não, apenas quando quer algo ou é contrariada, ou seja, sempre. Hahaha…
— Bola de Feno me lembra de nunca a contrariar.
— E eu também, por favor.
— Claro! Tudo pelos amigos e também porque não gosto que ela fique alterada.
Com o batbugue rapidamente chegaram aonde Naty estava, que não esbanja qualquer mistério. Mesmo tendo ficado algumas horas na casa do Anjinho Gremista ela deu ordens para que preparassem um lanche para a filha e os amigos, em comemoração pela nova fase.
— Tia eu nem preciso perguntar, porque imagino a resposta, mas deu muito trabalho?
— Só um pouquinho Judas, entretanto, não há quem consiga me dizer não. Hahaha…
— Sabemos, muito obrigada tia. — Judas a abraçou carinhosamente.
— Mas tia nos conta o que foi resolvido, estou curioso.
— Claro meu anjo, sirvam-se enquanto eu digo cada detalhe.
As crianças se divertiam, imaginando o quão incrível será com os avós e seus pais a ajudarem o trio. Não viam a hora de todos poderem atuarem juntos compartilhando do mesmo sentimento que é ajudar o mundo do melhor modo possível.
Por DAIANE BEZERRA