CONTOS – Museu a céu aberto Inhotim por Lúcia Helena Roldão

CONTOS – Museu a céu aberto Inhotim por Lúcia Helena Roldão

Esse trem é bom demais!

Vou começar me apresentando para vocês:

Meu nome é Inhotim e sou mineiro.

Nasci em 2004, mas só fui apresentado ao público em 2006.

Sou um dos maiores museus a céu aberto do mundo.

Considerado um dos acervos mais importantes do mundo.

Tenho obras de artes contemporânea de artistas nacionais e internacionais.

Resido em Brumadinho.

Logo ali bem próximo a Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.

Daí você leva algumas horas até chegar no ali.

Assim explicam os mineiros. E vai chão….

Tenho carrinho elétrico que levam os visitantes para algumas rotas do parque.

São confortáveis e seguros.

Como gostamos muito de trem podemos chamá-los de trenzinhos.

Aqui nesse espaço gigante os artistas ficam a vontade para escolher o melhor lugar para expor as suas obras.

Plantas de todos os continentes do mundo vieram fazer parte desse jardim maravilhoso do museu de arte com sua sofisticada botânica, lagos e plantas que decoram os caminhos por toda parte e seduzem o público que vai ficando apaixonado com tanta criatividade e ornamentação. Arte e botânica dialogando.

E se a obra fica no alto ela tem um grande impacto quando é apreciada de baixo para cima.  E o contrário também quando apreciada de cima para baixo é outra interpretação. Tudo muito bem planejado para deixar os visitantes deslumbrados com o espaço.

Tem obra de arte que se passar um drone ou helicóptero e filmar de cima para baixo, os visitantes irão pensar que é um jardim, mas quando chegarem bem perto descobrirão que é arte e a mensagem de cada artista é captada e cada visitante se conectará com a sua interpretação pessoal.

Terra de um dos grandes tesouros das Minas Gerais.

Sou simplesmente o máximo!

Agora vou apresentar para vocês alguns dos tesouros de Inhotim para uma pequena degustação e tenho certeza que todos virão me visitar:

 

Primeiro Tesouro:

Artista Yoyoi Kusama – japonesa

Obra:  Narcissus Garden – Jardim de Narciso

Tem esferas de aço.

Tem canto dos pássaros.

Tem plantas.

Tem lago.

Tem esferas espelhadas.

Tem a idéia do reflexo que Narciso que se encanta com o próprio reflexo no espelho.

Tem os nossos reflexos quando as esferas se movimentam e lá estamos visitando.

Tem diferentes reflexos nas esferas quando se movem.

Tem arte cinética porque se movimentam.

Tem esse pequeno baile de bolas nas águas com o fundo do canto dos pássaros da região. Intrigante!

 

Segundo Tesouro:

Artista: Cris Burden – americano

Obra: Beam Drop Inhotim

Tem preservação do meio ambiente.

Tem reciclagem de vigas metálicas.

Tem setenta e uma vigas metálicas retiradas de um ferro velho para virar arte.

Tem piscina com cimento fresco.

Tem um guindaste para jogar as vigas. Uma de cada vez na piscina.

Tem um resultado de um trabalho fantástico.

Tem apreciação a distância estando em baixo e olhando para cima e causa muito impacto.

O artista escolheu um lugar alto para causar impacto visto de baixo.

Tem apreciação de perto e observamos as ferrugens que surgem com o tempo, porém foram aproveitadas. Recicladas.

Tem serviço de pára raio por estar em lugar mais alto do espaço.

Tem flores de aço plantadas na terra.

 

Terceiro Tesouro:

Artista: Hélio Oiticica – brasileiro

Obra Invenção da cor penetrável: Magic Square

Tem obra em retângulos e quadrados grandes e coloridos.

Tem colocação com instruções do artista.

Tem manual de instruções gente!

Tem quadrados e retângulos coloridos para o público transitar e interagir.

Tem alegria e beleza e brincadeiras.

 

Quarto Tesouro:

Artista: Galeria Claudia Andujar – americana porém emigrou jovem para o Brasil.

Obra: índios yanomamis 1974

Tem série de fotografias de índios yanomamis.

Tem a própria Galeria da artista em tijolo que remete ao barro usado pelo índios.

Tem experiência de vida da artista Claudia Andujar com os índios.

Tem foto de uma índia yanomamis criança deitada no limbo.

Tem registro de índios yanomamis aculturados.

Tem costumes e tradições dos yanomamis.

Tem críticas exibindo as mazelas do cotidiano dos índios yanomamis.

Tem registros que os yanomamis vivem em situação difícil. E difícil também

 é a preservação das reservas indígenas.

Como eu falei é apenas um aperitivo para vocês saborearem os encantos do Museu Inhotim.

Fico por aqui porque já caminhei muito e é hora de pegar o carrinho elétrico que está passando aqui que vai me deixar na saída.

E não é que esse trem é bom demais!

Venham conferir!

 

Por LÚCIA HELENA ROLDÃO 

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