Em uma cidadezinha chamada Santo Antônio de Jesus, no interior da Bahia, onde o tempo parece passar mais devagar, vive Dandara. Ela caminha pelas ruas estreitas e tranquilas, cercadas por casinhas coloridas e árvores altas. Dandara é uma mulher forte e está acostumada com os desafios que a vida traz.
A sua rotina começa cedo, logo ao nascer do sol. Ela trabalha em uma pequena loja de artesanato local, onde passa grande parte do dia confeccionando peças de cerâmica e tecendo cestos de palha. Seus dedos ágeis movem-se com destreza, criando verdadeiras obras de arte que são apreciadas pelos moradores da cidade e pelos turistas que ocasionalmente passam por ali.
Apesar do trabalho árduo, ela encontra alegria na arte de criar. Cada peça que ela produz carrega consigo um pedaço da sua história e da sua cultura, tornando-se uma expressão autêntica da sua identidade. Entre uma encomenda e outra, ela também aproveita para conversar com os clientes, compartilhando histórias e saberes locais.
Um dia, ao voltar para casa, Dandara percebe que está sendo seguida por um estranho. Seu coração bate descompassado enquanto ela acelera o passo, mas o estranho a alcança, lançando-lhe olhares ameaçadores. “Onde pensa que vai, preta?”, ele rosna, avançando com violência.
Sem recuar, Dandara enfrenta seu agressor. Com movimentos rápidos e precisos de capoeira, ela luta pela própria sobrevivência. Cada chute é uma declaração de coragem, cada esquiva uma dança mortal. “Você merece o que vai acontecer com você, mulherzinha!”, ele grita, tentando derrubá-la.
Mas Dandara é mais forte do que parece. Com um golpe certeiro, ela desarma o agressor e o deixa caído no chão, vencido pela sua feroz determinação. Ofegante e ferida, ela se afasta do beco, o coração pulsando de adrenalina.
Apesar do terror que ainda a assombra, ela se recusa a ser definida pelo medo. Com a cabeça erguida e os olhos cheios de determinação, ela continua sua jornada, uma guerreira resiliente pronta para enfrentar qualquer desafio que o destino lhe reserve.
Por JEANE TERTULIANO
