Ando com uma reflexão na mente há alguns dias, mas a rotina casa/trabalho tem me distanciado um pouco da escrita, o que não é de todo ruim, estou trabalhando, afinal! Isso é ótimo. E é sobre isso que tenho refletido, os caminhos que nos levam ao resultado do que somos ou estamos hoje, pois poeticamente falando, somos a inconstância da vida, a mudança a longo prazo, mas também a que chega de repente, como um vento sorrateiro que bagunça a vida, tal qual faz com nosso cabelo.
O que tem me agoniado a mente foi uma certa frase que ouvi: “você se acha porque é pedagoga”.
Apenas sorri, não devemos dar importância a esse tipo de comentário, mas confesso que isso rondou a minha mente, como boa amiga das letras que sou, resolvi contar um pouco sobra a história da “pedagoga”.
No início do ano de 2017 prestei vestibular para pedagogia, mas acabei desistindo, minha filha era muito bebê ainda e eu tinha medo de deixá-la com alguém, nós mães temos a mania de não querer voar depois que os filhos nascem, como se pudéssemos protegê-los de tudo. Enfim… Quando finalmente resolvi entrar pra faculdade, já tinha se passado um semestre e meio, a turma já estava toda conectada e eu era a “novata” e acreditem, acompanhada da filha, sim, levei minha filha em todas as aulas que eram semanais, salvo algumas exceções, quando meu marido não estava trabalhando. O meu maior medo era algum professor me dizer que eu não poderia levá-la, porque aí eu teria que deixar o curso, moro longe da minha família há 12 anos. Não reclamo, sabe? Estou falando isso para poder dizer o seguinte “eu me acho sim!” Sou pedagoga com muito orgulho, porque só eu sei as dificuldades que me fizeram chegar até aqui, o quanto cresci como pessoa e como profissional. Não parei de estudar, sempre gostei das letras, não é à toa que resolvi voltar a escrever em 2020, a escrita me deu a paz que eu precisava em meio à pandemia, ela me abriu horizontes, me fez finalmente conhecer quem eu sou de verdade, quem me conheceu antes da escrita, precisa conhecer novamente, pois já não sou a mesma pessoa, acredite!
Sou Colunista de uma Revista incrível, a The Bard, a qual tem todo meu amor e dedicação. Eu poderia passar horas falando sobre ela, escreveria páginas, mas uma coisa que eu sempre digo: é que quando trabalhamos com amor, não é trabalho. Bom, eu vivo, trabalho, estudo (estou me formando em Letras – Português). Busco o que realmente me faz bem: estudar, escrever, aprender… Cada lugar que eu conquistei não foi nada menos do que com o meu esforço, muito esforço, sono, estresse e muito choro, chorona que sou. Mas consegui! Graças a um Deus que abençoa quem se esforça e a todas as pessoas que acreditaram e acreditam no meu potencial, por isso: eu me acho sim! Não para ser mais que alguém, minha luta não é com o outro, é comigo mesma! Tento me superar a cada dia. O processo do outro é do outro e não meu, o meu é comigo mesma, um pouquinho a cada dia, quando dou um passo maior que a perna, volto algumas casas, até finalmente poder mudar de fase. A vida é feita de processos, progressos e superações, mas engana-se quem pensa que temos de superar alguém, o nosso maior inimigo somos nós mesmos, que não perdemos a oportunidade de nos anular e diminuir quando erramos na mesma proporção que não valorizamos as nossas conquistas.
30 de julho de 2022
Por JAQUE ALENNCAR