Escrevo essa crônica em um dia muito importante para o país, 02 de outubro. Mas não se preocupe! Não gastarei minhas laudas registrando um discurso político-partidário. Não … quero escrever sobre os novos começos, apontamentos de esperança, o tão falado recomeço, tema que já abordei de maneira recorrente tanto na poesia, quanto na prosa.
Acordei pensando no verso escrito por um amigo- poeta “Todo fim é prelúdio de um recomeço.” Lembrei-me do ciclo da vida, fases que começam e terminam, tão repletas de momentos bons e ruins. Fim… uma palavra temida. É difícil lidar com encerramento de ciclos. Sonhamos com eternidades e deixamos de perceber que términos podem trazer novas possibilidades. A cada três meses inicia-se uma nova estação e, mesmo que elas guardem peculiaridades, nunca são exatamente iguais. O novo sempre vem.
Adentramos os últimos meses de 2022… que ano!!! Depois de dois anos de pandemia a vida tenta, a todo custo, se readaptar à uma normalidade estranha. Esquecemos alguns hábitos, criamos outros. Sinto-me cansada, mas munida de esperança, atando as pontas que ligam o arremate e o reinício. … Sigo na roda-viva fim- recomeço-fim-recomeço-fim-recomeço…
Recomeçar é ressignificar o fim. Em 2018, depois de passar por uma série de encerramentos de ciclos, ao me reconectar com a escrita, fiz um poema, após anos sem escrever… O título não poderia ser outro, RECOMEÇO, que marca meu reencontro com a palavra poética e comigo mesma. RECOMEÇO me mostra que existem portas fechadas, mas que existem chaves, janelas, basculantes; que mudanças, ainda que não sejam fáceis, são bem-vindas; que momentos eternos também acabam, mas sempre recomeçam.
Por FLÁVIA JOSS