Nesta viagem, carrego comigo uma doce menina
de alma matutina e espírito noturno…
Às vezes é anjo, tem asas tão leves e baila no ar…
Noutras é soldado, tem arma e coturno,
sempre preparada para guerrear…
A bela garota com olhos de lua e sorriso de sol
já acorda sorrindo e anoitece ridente após o arrebol
Sua cor preferida é a verde esperança
já que a criança, que há em si mesma,
faz fotossíntese
e, em súmula ou em síntese, produz clorofila
pra minha lagarta que, quando borboleta,
flutua e desfila.
O seu lado fera,
vezes tão insensato e tão impaciente
estica a corrente que me prende
no tempo para não correr.
Mas quando serena, minha leoa
tranquila caminha indolente
sem pressa nenhuma de ser e viver…
Moça caprichosa! Teimosa e valente…
Sem título ou emblema, me faz
genuína e assaz resistente.
A cada batalha me torna mais forte.
Senhora sagaz! Corajosa! Atrevida…
A esta menina, que inspira o poema,
uns chamam de sorte.
Mas eu, ah! Só a chamo de vida.
Por ADRIANA RIBEIRO
