Descobri-me Poeta

Descobri-me Poeta

As palavras me foram um prenúncio de liberdade…
permitiram doer por dentro, em mim, no fundo, a
maldade,
assim como fizeram do despertar de mãos, a
felicidade.
O grito, a voz, os verbos “indizíveis”,
e até o silêncio que poetiza,
que rima e que muito diz,
palavras e mesclas de gestos invisíveis
trouxeram da noite,
um germinar de pensamento que inferniza,
mas que com a alma do poeta condiz.
AMOR…
Tirei de dentro o que engasgava
e suplicava por voar entre olhos e ouvidos,
gritos, súplicas e gemidos
entre as estrelas cinzas
encravadas nas paredes do meu quarto frio,
e me impedia de ser feliz.
Quando descobri que é deveras poética uma
página em branco,
descobri-me deveras poeta
em meu silêncio ensurdecedor,
em meu canto.

Por CLÁUDIO EHLERS
Triunfo – RS, BRASIL

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