Lady Abadom, switcher e fetichista.
Tenho 40 anos, sou mineira e estou a 15 anos no BDSM.
Foi um estilo de vida adotado por mim, por ver, saber e sentir que o comum não me completava,
Hoje tenho duas posses (submissos) encoleirados e um amontoado de escritos sobre erotismo e vivência real dentro do BDSM.
Atualmente me encontro afastada das redes sociais por motivos pessoais, mas nunca fora do maravilhoso mundo azul, como comumente é chamado pelos adeptos o BDSM.
Entrevista:
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REVISTA THE BARD – Desde que idade você escreve?
LADY ABADOM – Na verdade começei a escrever com outro gênero, o erotismo escrevo a uns 13 anos.
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REVISTA THE BARD – Como surgiu o desejo de escrever Literatura erótica?
LADY ABADOM – Acredito que foram minhas vivências que despertaram em mim o desejo de escrever sobre erotismo.
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REVISTA THE BARD –Quais são os seus escritores favoritos na literatura erótica ou fora dela?
LADY ABADOM – Não tenho um escritor específico.
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REVISTA THE BARD – Você acha que a literatura erótica liberta a mulher para realizar os seus desejos mais secretos?
LADY ABADOM – A literalmente erótica desperta a imaginação, aquela parte adormecida que em muitos, desperta sim fantasias sim, mas a liberdade se dá através do autoconhecimento.
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REVISTA THE BARD – Qual a sua posição no meio BDSM?
LADY ABADOM – sou switcher (domino e por vezes sou dominada) fetichista (vivo livremente meus desejos)
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REVISTA THE BARD – Você escreve sobre suas vivencias dentro deste mundo?
LADY ABADOM – Sim, meus textos tem muito da minha vivência, claro que de uma forma mais sutil, literária.
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REVISTA THE BARD – Como é viver o sexo tão intensamente, e sentir desejo de escrever após uma seção? E o que você sente enquanto escreve?
LADY ABADOM – Eu brinco que não vivo o sexo, eu sou o sexo ( risos)
Quando aprendemos a nos libertar de padrões e regras impostos pela sociedade, que quase em sua maioria é hipócrita, nos sentimos livres pra viver tudo que nos transborda
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REVISTA THE BARD – Como é ser dominada? O que realmente é a dominação teórica na pratica.
LADY ABADOM – Uma mulher ou homem que se permite viver uma real dominação, encontra em si, sua verdadeira essência.
A dominação teórica é muito do que se diz por aí, dominação sem vivência, a prática é quase indescritível.
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REVISTA THE BARD – Como é o sexo nas seções?
LADY ABADOM – Bom, em sessões pode ou não haver o ato sexual, isso depende muito do que foi acordado entre as partes, tudo é consensual
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REVISTA THE BARD – Você tem alguma influência de algum escritor para escrever na literatura erótica?
LADY ABADOM – Só fui conhecer a literatura erótica alguns anos depois de eu assumir meu estilo de vida, não fui influenciada por nenhum autor.
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REVISTA THE BARD –Você acha que erotismo e pornografia é a mesma coisa?
LADY ABADOM – Longe disso, o erotismo aguça os sentidos e desperta desejos talvez nem conhecidos ainda, é viciante. A pornografia por sua vez, no meu olhar é apenas um nú sem mistério.
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REVISTA THE BARD – Lady Abadom, nós da The Bard Internacional, agradecemos a sua linda participação, me sinto honrada de ter o seu trabalho maravilhoso nesse nosso espaço tão especial, principalmente por ser uma mulher do meio BDSM que também escreve literatura erótica. Sabemos que as mulheres que se aventuram nesse nicho são admiráveis, principalmente por se arriscarem na provocação dos desejos intensos e sexuais, e na maioria das vezes além de encarar uma sociedade cheia de padrões, preconceituosos. Por isso esperamos outras escritoras para nos abrilhantarem com a presença delas na nossa coluna erótica Desnuda em Palavras, sendo influenciadas por você.
Você tem algo a mais a acrescentar aos leitores da Revista The Bard Internacional sobre os teus escritos e o erotismo?
LADY ABADOM – Deixo aos leitores apenas uma frase:
“Não existe ato de maior liberdade, do que dar a mim mesma permissão para ser quem Eu Realmente Sou”
TEXTOS ERÓTICOS – LADY ABADOM
I
Ele estava ali, na minha frente, a pele bronzeada pelo sol e eu só tinha um desejo naquele momento, estar em seus braços.
Aproximei-me e suas mãos envolveram minha cintura pressionando meu corpo contra o seu, forçando meus lábios a tocarem os dele, beijamo-nos ardentemente, um beijo viciante, que só me fez desejar cada vez mais sua língua ávida na minha.
Ele começou explorando cada canto do meu corpo, enquanto eu me mantinha de pé diante dele, foi descendo pouco a pouco, beijando lentamente, mapeando cada pedaço de mim. Ao encontrar meus seios pude notar sua ânsia em tê-los em sua boca, com a língua fazia círculos nos mamilos e deliciosamente sugava com voracidade enquanto os apertava em suas mãos. Eu sentia o arrepio da minha pele enquanto suas mãos deslizavam pelas minhas costas, o som ofegante da minha respiração, o fazia me olhar com mais intensidade, com uma fome animal nos olhos.
Eu senti meu corpo inteiro arder quando suas mãos deslizaram para minha bunda e senti um forte estalo, o que fez com que eu soltasse um gemido de agrado e prazer, e dele veio um sorriso malicioso e tão profundo que me gelou a espinha. Ouvi sua voz dizer…… Agora sim.
Eu hesitei.
Mas não dava mais pra recuar, eu estava exposta para ele… Então com uma malícia indescritível nos olhos ele me conduziu até a cama afastou minhas pernas, eu me apoiei em meus cotovelos e ele começou a beijar desde as pontas dos meus pés, as pernas, até chegar ao interior da minha coxa, malicioso brincando com a língua em volta do meu íntimo pois queria ouvir aquela melodia que saia da minha boca….
Não aguentando mais a intensidade de tudo que sentia, eu pedi, quase que implorando por ele,
E não resistindo mais ele se afogou no meu desejo, com um dos dedos tocou meu íntimo para me sentir, meu coração estava aos pulos eu estava totalmente molhada e toda entregue a ele.
Sua boca me sugava, eu tinha a impressão de que queria entrar em mim tamanha a fúria do seu desejo, sua língua acariciava meu clitóris, saboreando o seu gosto, o prazer se tornou mais intenso e eu queria mais forte e mais rápido, os meus gemidos aumentavam, e o seu prazer invadia minha alma, eu implorava por mais e sem hesitar disse-me que me daria.
Eu senti meu corpo ardendo em contrações alucinadas, balbuciei palavras sem sentido enquanto me contorcia, sentindo meu corpo estremecer dominada pelo prazer de um orgasmo intenso e profundo.
Ainda trêmula ele me segurou firme os braços, me olhou com uma luxúria indescritível nos olhos e me disse com voz firme e decidida.
— Entenda, você é minha, me pertence e nunca mais será de ninguém.
Então se levantou caminhou em direção a porta abotoando a camisa amassada, me sorriu antes de sair e fecha- lá atrás de si, então acordei…
II
Nossos olhares se cruzam e sinto aquela familiar fome invadir meu íntimo….
Sua aproximação me faz suspirar, te olhando desafiadora te lanço um sorriso cheio de intenções.
Você me olha, me segurando forte, posso ver em seus olhos toda luxuria que alimenta minha alma.
Me segurando por trás, as mãos apertando meus seios, os bicos pressionados em seus dedos e sua voz carregada de obscenidades e perversão despertando em mim toda devassidão que me consome.
Com mãos firmes e boca precisa você me faz derramar em seus lábios o mais puro néctar, ainda me contorcendo de prazer, eu resisto. Quero mais, quero o cheiro, o gosto do teu sexo, quero toda a rigidez que me atravessa a garganta arrancando de você gemidos e leves tremores,
Meu sorriso malicioso, desperta ainda mais em você o desejo por controle, você segura forte meus cabelos, me olhando com um desejo animal, implacável…
— Eu sei o que você quer. Te desfio a me domar se for capaz.
Você sorri, sedento por prazer e controle, me invade, me preenche todos os espaços com seu membro inacreditavelmente duro e pulsante, pra te provocar, eu recuo e me entrego quando bem quero.
E nessa disputa, por horas a nos desafiar, nos permitimos as mais intensas sensações, indescritíveis luxúrias e prazer, nosso jogo de depravação nos fez entender que para nós nunca haverá um GAME OVER.
Por TÔNIA LAVÍNIA