WESLEY REZENDE, aos 38 anos, é um carioca de alma mineira. Nascido no vibrante Rio de Janeiro, passou boa parte de sua vida alternando entre as belezas naturais de Minas Gerais e a agitação das ruas da cidade maravilhosa.
Ávido leitor e artista, Wesley se encanta por desenhar seus rabiscos e tecer narrativas que capturam a essência do cotidiano. Como um atento observador da vida, encontra beleza nas nuances das ruas, nas pessoas e nos momentos efêmeros que compõem a existência.
Sua paixão pela natureza se reflete no amor pela chuva e pelo sol, elementos que alimentam sua criatividade. Além disso, Wesley estuda Tarot, realizando leituras para aqueles que buscam orientações. Escrevendo contos e auxiliando amigos na edição e criação de cenas, publica suas obras e textos curtos no Instagram e no Recanto das Letras, sob o codinome Wesley Curumim, um nome que reflete sua essência, sem transformá-lo em um super-herói.
ENTREVISTA:
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REVISTA THE BARD: Por que a literatura? Quais são suas inspirações para escrever seus textos tão envolventes e sensuais?
WESLEY REZENDE: Primeiro, obrigado pelas boas-vindas e pelo espaço. Bem, eu sempre fui uma criança de imaginação fértil. Vivia travando batalhas e experimentando sensações através do imaginar. Depois, passei para o papel através de desenhos rabiscados. Mais tarde, veio o gosto por ler. Quando aprendi a ler, buscava desde placas de lojas até os quadrinhos dos jornais. Quando fiquei mais velho e experimentei alguns tipos de literatura, isso despertou em mim a vontade de escrever. Desenvolver a escrita e aprender com a literatura foi a mais pura magia. A inspiração para criar textos vem muito de tudo que absorvo no cotidiano — algo que vejo na rua, uma história que presencio e, principalmente, das emoções que vivo. É necessário expressar o que sinto através de uma boa história. Também é gostoso sentir as emoções e reflexões de quem me lê. Principalmente os desejos em um texto erótico…
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REVISTA THE BARD: Quais autores ou obras influenciam o estilo de escrita que você gostaria de desenvolver?
WESLEY REZENDE: Gosto muito da escrita de Marçal Aquino, da escrita humorada e histórica de Jô Soares, de Daniel Galera, Milton Hatoum e dos estilos de Lourenço Mutarelli. Mas, lendo e aprendendo com eles, sei que quero desenvolver o meu próprio estilo, baseado na minha vivência e no modo como absorvo o que vejo e ouço na minha rotina e ao andar pelas ruas.
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REVISTA THE BARD: Quais aspectos da sua obra você acredita que mais desafiam ou provocam seus leitores?
WESLEY REZENDE: Com certeza, os textos curtos ou microcontos e os sentimentos dos personagens expressos numa ação ou fala. Sempre me perguntam se há alguma continuação e quando continuarei a escrever sobre. Mas, às vezes, são apenas momentos que acontecem e que não voltam.
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REVISTA THE BARD: De onde vem sua inspiração para criar personagens tão complexos e cheios de camadas?
WESLEY REZENDE: Nunca parei para pensar nisso. Acho que tudo na vida, por mais superficial e “sem graça” que pareça, tem uma dose de complexidade. Só vemos a roda girar, mas nunca sabemos o quanto de tração há ou a força do solo. Com personagens, é a mesma coisa. Tenho mania de questionar o que os motiva a ser o que são e também a ser quem são. Eu vivo com a mente cheia de pensamentos, e isso me faz querer criar personagens com “pensamentos próprios”.
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REVISTA THE BARD: Você já pensou em transformar seus textos ou suas vivências em uma narrativa mais longa, como um livro? Se sim, como seria essa história?
WESLEY REZENDE: Já sim, quem sabe no futuro. Por agora, penso apenas em contos e histórias curtas. É como se meus personagens estivessem vivendo seus cotidianos e pequenos momentos em contos. Por isso, a ideia de uma narrativa em forma de livro é algo para se pensar mais para o futuro.
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REVISTA THE BARD: Qual estilo de escrita você imagina para o seu livro? Está pensando em uma narrativa mais erótica, poética ou talvez algo mais narrativo?
WESLEY REZENDE: Quando se trata de contar uma história, acredito que pode ter um pouco de tudo e até algo de nada. Contar uma boa história é mais importante do que procurar rótulos. Uma narrativa poética e erótica pode ter um bom efeito, desde que a história seja boa e consiga agradar o leitor.
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REVISTA THE BARD: Deixe uma mensagem aos leitores da Desnuda em Palavras.
WESLEY REZENDE: Leiam, escrevam e se mostrem. Há uma variedade forma de arte para se mostrar, desabafar e colocar pra fora o que algumas vezes precisa sair. Se libertem de si mesmos!
TEXTOS DE WESLEY REZENDE
Imagem de PBS Twimg
*O uísque que lhe queima*
O uísque lhe desceu queimando a garganta. Respirou fundo e pediu outra dose; estava num canto sozinho na multidão. Maldito clichê essa frase. Foda-se, ele era um maldito clichê, tomou sua quinta dose de uísque, ou seria a sexta? Suspirou.
O piano estava pronto, à sua espera, e ele obedeceu. Subiu, sentou-se em frente às teclas. O efeito do álcool sumiu nas primeiras notas. Na primeira hora, ele se dedicou a tocar Bill Evans. Na segunda hora, foi a vez de Thelonious Monk. O piano imperava, entre as conversas, até reinar o silêncio para apreciação.
Ele terminou e se afastou sob aplausos, tirou o cigarro do maço de time, fumou e pediu uma garrafa de uísque. Estava bêbado na metade da garrafa. Lua de maio, que nome maravilhoso.
Ela o pegou pelo braço. Era uma prostituta, maravilhosa profissional, e cuidava dele.
Ele merecia aquele cuidado especial. Ela o mandou calar a boca; ele calou. E os dois subiram para o quarto.
Wesley Curumim
Imagem de I Ytimg
*Toques e Sensações”
O choque do encontro, encontro de corpos, de pessoas, de sensações, seus seios em minhas mãos. Seu sexo no meu, as ondulações que vem e vai, toques, os gemidos altos, as mãos agarradas com força.
Nos lençóis gozo, os lábios mordidos, o silêncio quebrado pela respiração descontrolada, e o gozo misturado ao suor…
Amor, desejo, sensações.
Wesley Curumim
VÍDEO: “TOQUE E SENSAÇÕES” AUTOR: WESLEY REZENDE
Por TÔNIA LAVÍNIA