DESNUDA EM PALAVRAS – Identidade Libertina – Ela, O Meu Maior Pecado por Tônia Lavínia

DESNUDA EM PALAVRAS – Identidade Libertina – Ela, O Meu Maior Pecado por Tônia Lavínia

    Ela, O Meu Maior Pecado

     Ainda me lembro dela, mesmo com o passar de três décadas com a minha juventude dissolvida pelas cinzas do tempo.

     O tempo envelheceu a minha pele, mas, não o meu amor por ela

     Meus cabelos grisalhos só me deixaram a moldura da tela de minha existência

     A velhice é somente resquício das minhas vivências.

     Ela parecia menina, tão menina…

     Ela parecia menina, mas era o pecado em fogo na terra, o meu inferno vermelho sobre o céu cheio de angústias, o retesar da minha parte selvagem, animal, cravada nos meus pensamentos, de estar cometendo a pior das heresias.

      Alguns anos atrás se tornou mulher, e ainda casta fez parte dos meus desejos em fogo, o despertar de tudo o que existe em mim, a luz dos meus olhos se tornando escuridão.

      Por isso escrevo.

      Sou um pecador, escrevo confessando toda a sujeira poética que me desperta, molhando os meus lençóis, encrustado feito louco, as palavras que não falo ao mundo, pelo medo de ser descoberto, pela… A minha alma que banhada de minhas luxúrias caladas, onde o desejo dentro de mim me ronda, e nu me descanso das minhas seivas derramadas lentamente, da loucura descrita nas minhas linhas que queimam em desejos.

      Ela e carne da minha carne, o meu tormento desesperado. O cheiro entorpecente que me alucina, provocando os meus temporais, me afogando em sonhos sensuais, a me provocar a paixão dos dias em que não posso tocá-la, e só apreciar de longe seu corpo que ainda não foi desperto, além dos meus pensamentos que te descobrem mulher, te imaginando a nudez que escondes por baixo do vestido florido, escondendo uma inocência que finge existir, pois te sinto o cheiro de cio perfumado que emanas desejando ser descoberta.

     Te quero vida minha…

     Com a minha boca que escorre o desejo que somente posso libertar através das linhas que escrevo no meu diário secreto, e és proibida pela distância dos anos que grisalham os meus cabelos, e danificam a minha pele deixando cicatrizes do tempo, e desejando a sua juventude, pois me provocas consciente e sabes que me queimas a minha alma impura e pornográfica, sendo luz no meu jardim sombrio, no meu paraíso contemplado por sua nudez imaginária que meus olhos procuram, e o meu olfato sente o cheiro virginal dos teus perfumes castos revelados por me atormentar quando me olhas louca, para ser encontrada.

Por TÔNIA LAVÍNIA

 

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