Trechos dos livros de Zeka Sixx
(“A Era de Ouro do Pornô”, capítulo 5)
Imagem de Whitedaemon por Pixabay
“Gostaria de possuir câmeras no lugar dos olhos. Meu objetivo é viver um filme pornô. Mas não qualquer filme pornô, e sim um filme com roteiro impecável, diálogos afiados, atores talentosos, cenas de ação e, é claro, putaria da melhor qualidade. Como diria o personagem de Burt Reynolds em Boogie Nights, não pode ser simplesmente um filme no qual o espectador, na primeira cena de sexo, bate uma punheta, goza e vai embora sem assistir ao restante, tem de ser um filme tão grandioso que a audiência PRECISE assistir até o final, precise saber como aquela história vai terminar”.
(“Tudo o que Poderíamos Ter Sido”, capítulo 7).
“Dançando lentamente, vou em direção a ela, até nos beijarmos novamente, com gosto, nossas línguas totalmente à vontade para explorar todo e qualquer espaço. Deixo que ela me dispa aos poucos, peça após peça de roupa. Nos intervalos, dou beijos carinhosos e lambidas nos seus seios. Quando fico, enfim, nua, seguro-a pelos pulsos e a empurro até a parede do quarto; então, viro seu corpo, deixando-a de costas para mim. Ergo suas mãos, fazendo com que ela as encoste no alto da parede. Ela inclina o corpo para a frente, empinando a bunda para mim. Beijo e chupo com dedicação suas nádegas, cuidando para não negligenciar nenhuma parte enquanto abaixo a sua calcinha”.
(“Tudo o que Poderíamos Ter Sido”, capítulo 11)
“Abraçamo-nos por um bom tempo, dizendo bobagens de bêbado uma para a outra, como “eu te amo”, “conta sempre comigo”, “tu é foda”, etc. Bianca beija minha bochecha; retribuo a gentileza. Ela beija o canto da minha boca; devolvo com um selinho. Ela avança novamente, mordiscando meus lábios, empurrando-me em direção à porta do banheiro, usando meu corpo para fechá-la. Enroscamo-nos em um beijo desajeitado, faminto, como adolescentes explodindo de libido que se beijam pela primeira vez. Chupo o pescoço de Bianca enquanto abaixo com as mãos o seu corselete de renda, fazendo seus maravilhosos peitos saltarem para fora. Agacho-me para lambê-los, quase tendo de me ajoelhar, já que sou bem mais alta do que ela. A atmosfera do banheiro é inundada por nossos gemidos e, por instantes, parece que estamos rodando uma cena clichê de um filme pornô lésbico — o que não seria necessariamente uma má coisa, devo admitir”.
(“Não se Começa um Incêndio sem uma Faísca” , capítulo 4)
Imagem de Xusenru por Pixabay
“As pessoas não conseguem entender qual é o grande lance da chuva. Não tem nada a ver com taras, ou mesmo com sexo. É sobre cumplicidade. É sobre dizer para o seu parceiro: “Estamos aqui, este é o nosso momento, nosso universo particular, nosso segredo”. É sobre confiar inteiramente no outro, mas não no sentido raso e ultrapassado de fidelidade. Tem a ver com a liberdade de doar o corpo para usufruto alheio por absoluta vontade própria. É sobre querer desesperadamente se entregar ao seu amante com o intuito de criar algo realmente único, com a certeza de que ele não irá machucá-la de forma alguma. É sobre esquecer toda a vida existente lá fora e não deixar passar em branco a chance de expandir os limites da nossa existência. Se nada do que mencionei convenceu vocês, foda-se. Experimentem fazer um golden shower sob o efeito de LSD, tendo “Atmosphere”, do Joy Division, na trilha sonora, como aconteceu comigo naquele 30 de novembro, e entenderão tudo. Foi um ritual profano, um novo batismo. Os jatos de urina do Max eram como feixes de luz trespassando meus seios, meu pescoço, injetando genialidade, ousadia e perversão nas medidas exatas para que eu pudesse cumprir o meu destino manifesto”.
(“Não se Começa um Incêndio sem uma Faísca”, capítulo 7)
“A impressão é de que Bianca passou por algum treinamento de lavagem cerebral erótica, sendo mantida amarrada em frente a uma televisão, assistindo a horas e horas de filmes adultos estrelados por musas do quilate de Sasha Grey, Silvia Saint, Traci Lords e, obviamente, Sadie Suxx. Ela fode como uma legítima estrela pornô. Estou falando de proezas como engolir meu pau inteiro e ainda usar a língua para lamber as bolas, ou atitudes como implorar de joelhos para receber porra na boca, como se houvesse câmeras invisíveis espalhadas ao nosso redor registrando aquele obrigatório cumshot. E ainda há a maneira ridiculamente irresistível como ela geme. Bianca poderia, sem muito esforço, ganhar a vida sendo dubladora de filmes pornográficos. Se ela fosse qualquer outra garota, a forma como se submete inteiramente ao parceiro durante a foda poderia ser encarada como humilhante, degradante. Mas é Bianca Rossi, a pessoa mais inteligente que você vai encontrar na sua vida, uma escritora cultuada no Brasil e no exterior, com seu rostinho de barely legal, seu corpo maravilhosamente natural, com dois ou três defeitos que estão ali justamente para lembrá-lo que aquilo tudo é real e não só mais um dos seus patéticos sonhos molhados, seu sortudo filho da puta. E ela está à sua frente, um embasbacante monumento à perversão com menos de um 1,60m de altura, dizendo-lhe coisas que nem de uma puta você imaginaria um dia ouvir, tão absurdas que você só consegue se convencer serem possíveis quando se dá conta de que está colocando em prática cada uma delas”.
Por TÔNIA LAVÍNIA