Se vivemos em uma comédia obscena,
Ou mesmo em uma tragédia de láureas,
Entre vaias várias, estrondosas náuseas,
Qual performance está a roubar a cena?
Apreço pela fama enredando tramas,
Ó impiedosa síndrome macbethiana!
Ganância que encarna papeis a esmo,
E que ultraja a plateia de nós mesmos
O que sustém a foice do Poder,
Insensível à vigília das corujas,
Às mazelas a rastejar pelas ruas,
Aos tumores que atiçam seu ser?
Vida, palco do espanto e da epifania
Em cena, a agonia como protagonista
Que peças nos cabe trajar no camarim?
E quais holofotes tencionamos acender?
Ser ou não ser, uma indagação e um fim;
Ser ou não ser, perene dilema a irromper.
Por PIETRO COSTA
Brasília – DF, BRASIL