Envelheceu feliz como se fosse um vinho,
um sonho, uma quimera ou simplesmente a vida,
na solidão que brota a cada despedida
voltando a ser criança e se sentir sozinho.
Envelheceu no amor, em busca de guarida,
fazendo da saudade o derradeiro ninho,
jorrando para o mundo a dose de carinho
que a juventude fez ficar mui esquecida.
No ventre da esperança ele se agarra agora
para mudar a cor cinzenta de um outrora
que teima em ofuscar a trilha do sorriso
e aquele que pensou que não envelhecia
vestiu o véu da noite em plena luz do dia
em busca do porvir que aponta um paraíso.
Por ADILSON COSTA
São Lourenço da Mata /PE