Com frequência venho pensando como a vida se compara ao vento. Uma hora está e noutra já não está mais. E mesmo que essa seja uma das primeiras e mais duras lições enfrentadas por todo ser humano, é com tristeza que reconheço que contamos muito mal, e sem a menor sabedoria, os nossos dias.
Os dias modernos nos instigam a viver pior, mais acelerados, mais focados no passado ou no futuro, e sem jamais nos comprometermos inteiramente com o presente.
Me dou conta disso todas as vezes em que abraço minha filha, quando vou colocá-la para dormir. Ela resmunga que eu trabalho demais, não presto atenção ou não foco no momento com ela. Quando não estamos inteiramente ocupados com o cotidiano é nossa mente que se ocupa de tais questões.
Feche os olhos. Para onde voam teus pensamentos?
É por isso que todos seguem insatisfeitos e esgotados.
Precisamos dar um giro de 180 graus e mudar isso. Pelo bem de todos nós (e de nós mesmos). Pelo bem daqueles que nos cercam.
Eu poderia dizer mais, divagar mais, que bem isso faria? Nos ocupamos da vida alheia, dos problemas que não são nossos, dos desconfortos provocados por terceiros. E quase nenhum tempo construindo e plantando por nós. Essa é a era atual.
Há uma guerra fria travada diariamente: ela acontece virtualmente em nossas mentes e emoções. E o pior: mal nos damos conta disso. Passamos mais tempo dirigidos pelo desenfreio de emoções que na sensibilidade de nossas razões. O homem desgovernado é o maior habitante da terra nos dias de hoje.
Meu alerta: recupere seu eu e cuide do seu jardim! Antes que seja tarde demais! Porque no final você já não será vida, não estará lá, assim como os ventos já não balançam os galhos das árvores. Assim como a espuma já não se apresenta na orla da praia, assim como o canto dos pássaros cessa.
Por FLAVIA ADINE
