O sol, pupila ardente grandiosa,
Com força, vela o povo brasileiro,
Que sofre, resistente, no espinheiro,
Em sua via-sacra dolorosa.
Há pouca formação no seu celeiro,
Assim se evita a mente revoltosa.
A mão, gigante força numerosa,
Trabalha, conformada, sem dinheiro.
Enormes pés, na terra, enraizados,
Sem boca, sem ouvidos, norte a sul,
Em corpos que parecem deformados.
O intuito é que se tornem desumanos.
Porém, no contemplar do céu azul,
O povo espera o fim dos desenganos!
Por LUCIANO DÍDIMO
Fortaleza/CE