Ao pôr do sol e às auras matutinas,
Espalmam sombras leves e bondosas
Das ramas e campânulas viçosas,
No claro e primo ciclo das rotinas.
Os pássaros, com asas bonançosas,
Precedem as moradas vespertinas
Sobre os olmeiros brancos, folhas finas,
E os galhos frágeis de horas preguiçosas.
Mais tarde, o sol num véu pulverizado
Rebrilha com fulgores de diamantes;
Ao longe a penedia, lado a lado,
Refrata catedrais sem habitantes,
E a cor que inspira um solo imaculado
Com pétalas de flores dos amantes!
Por RICARDO CAMACHO
Rio de Janeiro/RJ