BREVE HISTÓRIA DO SONETO E O IDEAL DE CAPRICHO NO FÓRUM DO SONETO
O SONETO, na etimologia (do italiano “sonetto”), significa pequeno som, ao se referir à sonoridade produzida nos versos.
Mas foi o italiano Francesco Petrarca (*1304, Arezzo +1374, Arquá) considerado, pacificamente, pela história, o inventor do soneto. O português Luis Vaz de Camões (*1524, Lisboa +1580, Lisboa) e o inglês William Shakespeare (*1564, Stratford +1616, Stratford) também são ícones nessa modalidade poética. No Brasil, o soneto, em seu clássico rigor, em forma e conteúdo, assim como a poesia escrita, foi inicialmente produzida por Gregório de Matos Guerra (*1636, Salvador +1696, Recife) o Boca do Inferno.
O soneto, como muitos livros, artigos e revistas literárias, superficiais, informam, não é apenas um poema de forma fixa, em catorze versos, distribuídos, classicamente, de duas estrofes de quatro versos (quartetos) e duas estrofes de três versos (tercetos). É muito mais do que isso! É recheado de rigor técnico, como ritmos, esquema rímico (rimas), recursos de metrificação e, o principal, a poesia inserida em sua linguagem como essência poética de existir.
Em suma, a forma, em metro de verso, mais versada, ou seja, a clássica e permanente pela escolha dos poetas, é o decassílabo (verso com 10 sílabas poéticas) e, no soneto, além das rimas, esse tipo de verso deve estar encaixado, a fim de oferecer a preciosa sonoridade como compreendemos no FÓRUM DO SONETO, nos seguintes ritmos, que são ditados pelo posicionamento das sílabas tônicas no verso, devendo o Sonetista zeloso e caprichoso adequar os 14 versos segundo os seguintes consagrados Ritmos (aqui na THE BARD, falamos, detalhadamente, sobre o assunto RITMO NO VERSO, nas 4 edições anteriores a esta): Heroico Puro, Heroicos Impuros, Sáfico Puro, Sáficos Impuros, Ritmo Binário Perfeito e Imperfeito (Padrão FÓRUM DO SONETO, reúne as marcações do Pentâmetro Iâmbico, Heroicos e Sáficos), Sáfico Imperfeito, Martelo Agalopago (Provençal ou Monhieira), Gaita Galega, Pentâmetro Iâmbico e Ibérico (Arte Maior ou Estoico).
O FÓRUM DO SONETO se dedica à prática de produção literária bem como ao estudo e apuro técnico do SONETO.
Tenho a satisfação de receber sonetos caprichosos para os trabalhos do FÓRUM DO SONETO, cujos sonetistas demonstram, a cada postagem, sair do seu melhor, a cada vez o bardo espreme do espírito e burila de suas elogiáveis capacidades mentais versos de alta técnica e elevada poesia. E como sonetista líder do FÓRUM DO SONETO digo, insistindo, que não devemos nos contentar com apenas o possível, não devemos ser medianos, isso é mediocridade. O soneto exige mais do sonetista, sempre! Nessa arte de compor versos, o medíocre ganha apenas o troféu de rimador de versos, nada mais! Portanto, tenhamos sempre o capricho de compor um SONETO. O que vivenciamos durante todo esse tempo, dentro do FÓRUM DO SONETO, com tudo o que foi compartilhado, absorvemos juntos e devemos zelar por isso, pois quem dissemina o conhecimento também aprende. Neste diapasão, é inegável, no mínimo, reconhecer que, dentro do FÓRUM DO SONETO, nos tornamos mais criteriosos na arte de compor sonetos, fator pessoal que, incondicionalmente, requer de nós mais maturidade, porque esse nível de alcance poético nessa arte milenar, para quem assim amadureceu de verdade (isso não acontece com todos ao mesmo tempo, triste e notadamente), é resultado não só estético de nossa atuação como sonetistas, mas, sobretudo, de transformação do artista que amplia o resultado do Belo para o Encantador à vista de outrem.
Assim sendo, finalizo, o capricho é fazermos o melhor na condição que possuímos, enquanto não possuímos condições melhores para melhor realizarmos. E hoje, como líder desse grupo, eu sei muito bem a condição que o FÓRUM DO SONETO nos proporcionou chegar… e, sempre, apenas começamos, pois sempre podemos melhorar!!
Por RICARDO CAMACHO
Líder do FÓRUM DO SONETO
