Bendita a voz que não se queda ou cala
diante das mazelas da injustiça.
Bendita a voz que tênues sonhos iça
da escuridão profunda, negra vala.
A voz que insurge dentre a vil senzala
revela-se sem medos e insubmissa
e as chamas da esperança e bem atiça
quando as indiferenças apunhala.
Bendita voz recobre feito manto,
aliviando o frio, a dor, a fome,
e é grito de socorro, grito santo
que não se curva frente aos vis, malvados,
resiste sempre e nunca se consome,
ainda que emudeçam outros brados!
Por GEISA ALVES
Cocal/PI