As lâmpadas celestes, noturnais,
Aclaram os mendigos nas calçadas,
Que em cânticos doridos, viscerais,
Refletem o infortúnio às madrugadas!
Tristíssimos: as lágrimas deitadas
De múltiplas angústias pessoais,
Misturam-se às verdades agravadas
No vão de indiferenças sociais!
Aquéns da famosíssima lembrança
Entregam-se às imagens de bonança,
Nos êxtases dulcíssimos do sono…
Os homens, as mulheres e as crianças
São vítimas em busca de esperanças
E estrelas que se apagam no abandono!
Por RICARDO CAMACHO
Rio de Janeiro/RJ