O grito, se de dor ou de euforia,
por certo, que extravasa um sentimento.
Quem grita, sempre expressa e denuncia
o que viceja n’alma, o seu sustento…
Em meio à imensidão e à calmaria,
destaca-se a partilha do lamento.
E mesmo um manifesto de alegria,
ressoa muito além, no firmamento…
Por vezes, é o semblante que nos fala.
A voz de quem padece hesita e cala,
fazendo do silêncio o seu escudo.
E o rosto, mapeando a dor intensa,
expressa muito mais do que ele pensa,
ouvimos, com clareza, um grito mudo!
Por ELVIRA DRUMMOND
Fortaleza/CE