E quando a inspiração lunar visita
poeta ou cosmonauta, se comporta
feito uma musa ou natureza morta,
satélite qualquer ou flor bendita.
Sem nada perceber, do trono fita
poeta ou cosmonauta, pouco importa
se a madrugada cinza aos poucos corta
a vestimenta branca, prata ou chita.
Se bate o ponto e cumpre o seu horário,
encanta o vate, outrora solitário,
e insiste em confundir, com maestria,
o cosmonauta ingênuo que imagina
prever com nitidez a sua sina
rendida tão somente à poesia.
Por ADILSON COSTA
São Lourenço da Mata / PE
