Relembro a todo instante aquela cena
Do beijo dado em ti, daquele abraço…
No enlevo, a tua mão, gentil, pequena
Unida às minhas mãos, no estreito laço!
Agora, sinto a densa e dura pena;
A morte vai roubando o nosso enlaço
Enquanto a vida, a mim, o azar condena
Viver sozinho, sem o teu regaço.
A parca sorte espreita e o sonho quedo
Traduz a minha dor, a minha sina
Prevendo o meu fracasso, tarde ou cedo.
Recorro ao Pai, conter o negro véu
E dar-me a luz que a todo ser fascina;
Em prece tenho o olhar voltado ao céu
Por AILA BRITO
Cocal – PI