Na força genuína na linguagem,
O metaplasmo, natural muleta,
Apoia, feito o oculto personagem,
Quando não sai da sorte, na roleta.
Quando o soneto vira molecagem
Nas mãos do sonetista de corneta,
A dissonância acorda o mais selvagem
Irracional e afasta a borboleta.
Devemos distinguir o repentista
Daquele que soneta – um enxadrista –
E desta forma usamos bem a mente.
A distorção sonora agride o ouvido;
Assim, o tal nonsense repetido
Anula a poesia inteligente.
Por RICARDO CAMACHO
Rio de Janeiro/RJ