HISTÓRIA DAS ARTES – A cultura milenar chinesa

HISTÓRIA DAS ARTES – A cultura milenar chinesa

Olá caros leitores, estamos juntos em mais uma fantástica edição da THE BARD, como tem sido um desafio prazeroso trilhar caminhos em viagens culturais por civilizações tão imensas em seus legados deixados e perpetuados na humanidade, na companhia de vocês. O acesso a diferentes culturas é totalmente enriquecedor. Além de aprendermos a celebrar as diferenças, adquirirmos um olhar mais humano e isso nos ajuda a compreender a própria identidade e a definir metas. Explorar novas culturas é adquirir conhecimentos e experiências. Convido-te a vir comigo nessa viagem, conhecer um pouco da história da cultura e da civilização chinesa. Vamos?

Diversidade e complexidade fazem parte da cultura chinesa, com um território extenso, a China está entre às quatro civilizações mais antigas que existem, ao lado da Babilônia, Egito e Índia. E justamente por conta desse histórico tão rico e cheio de informações, a cultura chinesa é uma das mais diversas. Atualmente, a China tem uma população de mais de 1,4 bilhão de habitantes, dimensões continentais compostas por lagos, montanhas, desertos, rios e é um dos países mais desenvolvidos do mundo.

A China tem sido conhecida como o “Império Celestial”, desde a antiguidade. Isto se refere não somente à força e posição da China no Reino do Meio da Ásia Oriental, mas também contém um significado mais profundo, descrevendo uma terra onde o divino e o mortal, coexistiram e à crença de que o divino, por várias dinastias, transmitiu uma cultura rica e abundante ao povo chinês. A cultura chinesa é conhecida como algo “divinamente inspirado” e é a única cultura do mundo a ter uma história contínua de 5 000 anos. Ela deixou como legado, diversos clássicos literários, documentos históricos, relíquias culturais e registros nacionais que refletem seu imenso alcance.

Há conhecimento de que a cultura chinesa começou com o Imperador Amarelo, há mais de 5 000 anos. O Imperador era um cultivador do Dao (Caminho) e dizem que ele tinha grandes poderes e sabedoria. Ele ensinou a seus súditos como viver segundo o Caminho Celestial. As lendas chinesas antigas falam de muitas deidades que transmitiram aos seres humanos elementos essenciais da cultura. Por exemplo, Cangjie criou a escrita chinesa, Shennong ensinou a agricultura, e Suiren revelou os usos do fogo.

Apesar de ter sofrido algumas interferências por conta do processo de globalização, a cultura chinesa ainda mantém aspectos muito tradicionais e que podem ser evidenciados no idioma, escrita, religião, arquitetura e culinária. A seguir descreverei algumas delas.

Imagem de Wirestock por Freepik

 

A caligrafia está entre um dos elementos mais tradicionais da cultura chinesa. Esse modo de escrever teve início na dinastia Shang, há mais de 3 mil anos. Essa tradição que também influenciou outros países da Ásia é dividida em cinco categorias: selo, oficial, formal, corrida e cursiva. Cada uma delas faz parte de um contexto histórico ou da política do país. A base desse sistema de escrita são os pictogramas, um símbolo que representa um objeto ou um conceito. Ainda hoje, os chineses utilizam ao menos 60 mil caracteres ou símbolos para escrever. O mandarim é uma das variações da língua chinesa mais utilizadas, porém, não é a única. No país também são usados os dialetos wu, cantonês, jin, min, xiang, keija, gan e muitos outros.

Quanto aos aspectos religiosos, a maioria dos habitantes do país diz não ter religião, mas as religiões tradicionais como o budismo, confucionismo, e taoísmo são predominantes. O pensamento taoísta, considerado, fonte da cultura chinesa, foi sistematizado pelo sábio LaoZi há mais de 2 500 anos em seu livro Dao De Jing (Tao Te Ching). O livro é uma exposição sobre os mistérios do Caminho Celestial, que ele chamou de Dao.

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No ano 67 E.C., o Budismo chegou à China vindo da Índia antiga. Seu foco na salvação pessoal e na meditação teve um efeito profundo na cultura chinesa, que dura até hoje. Foi durante a Dinastia Tang (618 – 907 E.C.) que a prática religiosa na China atingiu seu ápice, uma época muitas vezes considerada como o pináculo da civilização chinesa.

Sob a influência dessas religiões, a cultura chinesa gerou um rico e profundo sistema de valores. Os conceitos de que “o homem e a natureza devem estar em equilíbrio”, “respeitar os céus para conhecer o próprio destino”, e as cinco virtudes cardeais — benevolência, retidão, decência, sabedoria e fidelidade (renyi li zhixin) — são todos produtos de ensinamentos dessas três religiões. Esses princípios se disseminaram e permearam continuamente a história da China há 5 000 anos.

Estão presentes até hoje na arquitetura, resquícios da China antiga, palácios com lagos artificiais e templos grandiosos. Na Cidade Imperial ou Cidade Proibida, as construções datadas de 1406 são marcadas por terrações, jardins exuberantes e pavilhões grandiosos. Um dos grandes exemplos da imponência da arquitetura do país e também da cultura chinesa é a Muralha da China. Construída há mais de 2 mil anos, o monumento fica localizado ao norte do país, tem 21,1 mil quilômetros e pode ser visto até da Lua. Vales e montanhas compõem a paisagem da Muralha que foi projetada para proteger o comércio do país e evitar invasões.

Imagem de Wirestock por Freepik

 

A culinária chinesa é a bastante exótica. Embora alguns pratos têm sido incorporados nos países do ocidente, como o yakissoba, os rolinhos primavera, os molhos como o shoyu e o tofu recheado, muitas iguarias não são muito populares, a exemplo da carne de cobra, de cachorro, animais como escorpião, besouros. Exceto por estes últimos, a maioria dos pratos consumidos pelos chineses são feitos com carnes vermelhas, legumes, arroz, peixe, e são acompanhados com biscoito e rolinhos.

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Entres outras manifestações culturais destacam a música que também é um elemento muito particular da cultura chinesa. Elas são compostas com a utilização de vários instrumentos de corda, pratos, flauta e gongos. Na arte destacam-se os vasos em cerâmica, pintados artesanalmente, a arte em seda, os quadros que retratam as paisagens naturais da China e os seres mitológicos que fazem parte da cultura do país. O calendário chinês tem como base o ciclo solar (movimento do Sol) e lunar (movimento da Lua ao redor da Terra), portanto, é considerado um calendário misto, também conhecido como lunissolar. As vestimentas mais tradicionais da cultura chinesa são o hanfu (da etnia han) e o qipao (conhecido no Ocidente como cheongsam).

Os chineses contribuíram muito para o desenvolvimento do conhecimento no mundo todo. As principais invenções chinesas são: papel, pólvora, leme de navegação, estribo, bússola (instrumento que possui uma agulha magnética, móvel usada para orientação), etc.

Atualmente o país tem mesclado a sua cultura tradicional com a modernidade tecnológica. Sendo assim, os visitantes e curiosos podem aproveitar toda a beleza cultural do país, que passeia entre a arte, decoração, arquitetura, dança, música, religião, artes marciais, culinária, escrita, língua e mais. Os conhecimentos aqui trazidos não tem caráter elucidativo, mas tem o intuito de fazer com que o leitor se sinta instigado a mergulhar, a trilhar caminhos mais longos na busca do conhecimento das diversas e ricas culturas espalhadas pelo mundo, enriquecendo nosso repertório cultura e social, contribuindo assim para a humanidade, quando descobrimos culturas diferentes, respeitamo-las com seriedade.

Ate breve!

 Imagem de Lifeforstock por Freepik

Por BETÂNIA PEREIRA

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