HISTÓRIA DAS ARTES – “A História das 7 belas Artes”

HISTÓRIA DAS ARTES – “A História das 7 belas Artes”

A arte é desde o início da humanidade utilizada pelo homem como meio de se aproximar mais ainda do humano, é fruto da relação, homem/mundo. Aguçando nossa sensibilidade, expressando necessidades, desejos, crenças, sonhos, as expressões artísticas nos ajudam a compreender tempo e fatos históricos, estabelecendo conexão com a alma, com o mundo e com aqueles que estão em volta. Estabelece uma troca de energia, de expressões, de sentimentos e sensações. É por meio dessa troca que conseguimos compreender o valor do outro e o que realmente consideramos importante em nossas vidas.

Que a arte é inerente ao ser humano, não restam dúvidas. Ela está com o homem desde que existe o mundo. Sabemos que desde a pré-história o homem fazia uso de pinturas em paredes de cavernas, feitas com tintas extraídas de plantas ou sangue de animais, para expressão.

A arte como muitas outras habilidades nascem com o homem e para ele, que racionalmente a controla e usa a seu favor. É manifestação humana através do qual o homem se comunica com o meio. O homem se transfigura e captura de forma singular, as belezas do mundo e expõe de forma única com sua leitura, visão, através de dons ou talentos.

A arte adquire importância quando permite o artista, a obra e o expectador se fundirem numa mesma sintonia. Uma ligação permitindo a união da racionalidade com a emoção, numa aventura inexplicável para os sentimentos. Épocas de crise, como no contexto atual, as expressões artísticas são fundamentais para ajudar a humanidade a atravessar, documentar e transformar a sua história. Aparecendo como uma válvula de escape, diante das rupturas causadas pelo isolamento como angústias e ansiedades, alimentando a alma e gerando alívio em momentos árduos, tornando mais leve esses períodos complexos, entretendo, distraindo e levando leveza à vida das pessoas. Além de ter poder transformador de ajudar o ser humano a descobrir o mundo, mudar o olhar sobre ele e abrir novos caminhos.

Culturalmente a arte é muito importante como ferramenta política, essencial para a construção de uma sociedade crítica, capaz de dar voz ao povo e suas denúncias. Através da arte a humanidade tem atravessado, documentado e transformado a história.
Todas as artes têm seu grau de importância: dentro da pintura, da arquitetura e da escultura vemos o sentido dado à figura, nascer à obra em todas as suas perspectivas. É dado forma, cor e sentido a imagem criada. A música se encontra desde os sons encontrados na natureza, quanto aos que o artista talentosamente trabalha e aperfeiçoa com instrumentos e a voz, eternizando melodia. A dança utiliza o corpo como instrumento principal. Em cada movimento traz sentimentos, celebração, expressão, liberando e recebendo.

A arte de representar, se vestir de outros personagens, utilizada pelo artista do cinema e do teatro é um fascínio. Unem ali num mesmo palco todas as outras artes: a literatura com o texto; cinema com os atores; a arquitetura, escultura, pintura, desenho nos cenários; som, melodia, instrumentos trazendo música e dança nos corpos que interpretam histórias que emocionam, alegra, realiza.

Em 1923, Ricciotto Canudo, um intelectual italiano, publicou o “Manifesto das Sete Artes”. Este foi o ponto mais importante para definir quais são às sete artes clássicas. (Disponível: https://www.brasilparalelo.com.br/artigos/as-sete-artes)
A arte se sustenta na beleza, para observá-la e apreender todos os aspectos da realidade, precisamos da sabedoria das setes belas-artes. Cada uma captando um aspecto da realidade e transmitindo sobre sua ótica.

O olhar humano não seria possível por si só de transmitir som, textura, espessura, cheiro, sabor, biologia, fisiologia do que o cerca, há necessidade de todos os outros sentidos contidos no corpo, numa junção completa e feliz, que se jaz em poesia quando traduz a beleza do que se ver. Dentro desse contexto além dos sentidos já conhecidos: olfato, paladar, tato, audição e visão, temos um emaranhado de sensores pelo corpo que auxiliam essa bonita festa de arte. Da mesma forma às sete artes são ali abraçadas e casadas com outras tantas que as fazem mais belas como o teatro, a fotografia e o ilusionismo.

A origem da palavra música é grega. A etimologia está em musiké téchne, que significa a arte das musas, divindades que cantavam as recordações. A música traduz a nossa voz, quando por algum motivo (dor, tristeza, repressão, etc.,) não somos permitidos expressa-la. Ao ouvir a música nosso corpo é embalado pela segunda arte, a dança, comunicação e expressão cultural, não há quem não se encurve a seus encantos. A pintura do real sobre vários prismas permitem o homem criar, moldar retratar o tangível sob varias perspectivas. A escultura transforma o bruto em peças, personagens com significados. Os gregos clássicos já traziam a expressão da beleza humana na escultura. A arquitetura é uma arte que surge da relação entre o homem e o espaço, de modo que organiza os ambientes. Leva a se acreditar que foi a primeira arte existente por conta da necessidade de o homem de ter abrigos. O cinema seria a síntese de todas as artes, ali se reúnem todas as outras e se realiza o espetáculo. É arte do espaço e do tempo, sem tamanho, sem recinto e sem tempo (nos sentidos físicos e virtuais), já que se desdobra em tantas outras artes: se faz teatro, circo, espetáculos de ruas, cultura. Arte não se enquadra num espaço, nem num tempo, se torna em determinado momento atemporal. Tanto os espaços físicos (templos, academias, galerias, palácios e salões) quanto os ambientes virtuais (museus e galerias em rede) têm mantido a finalidade: conservar, estudar e difundir as manifestações artísticas das culturas.

Trazendo aqui uma perspectiva sacra, há muitas manifestações e alusões à música e à poesia. Jacó abençoa seus filhos com belos versos, cujas rimas estão nos pensamentos e não nos sons (Gn. 49). Moisés e Miriã celebram a libertação do Egito com cânticos (Êx. 15.1-21); as vitórias de Davi são festejadas com música e dança (1Sm 18,7); salmos são entoados pelo povo de Deus ao som de instrumentos e corais; Jesus e seus discípulos mais chegados cantam um hino, possivelmente um dos salmos, após a instituição da Santa Ceia (Mt 26.30); Paulo e Silas entoam hinos na prisão (At 16.25); estudiosos do Novo Testamento creem que Filipenses 2.5-11 poderia ser um dos hinos entoados pela Igreja Primitiva; Paulo conclama os cristãos a que “louvem a Deus com salmos, hinos e cânticos espirituais” (Cl 3.16); e o Apocalipse está repleto de hinos de vitória e louvor ao Cordeiro vencedor (Ap. 5; 11; 14; 15). Portanto, a arte nasce com homem e permanecerá após a sua morte. A arte é poesia nas mãos, dança embalando os corpos, sons fazendo e se desfazendo em melodias cativantes, é abrigo criado pelo artista, é pintura de rostos, corpos e tudo que se ver, é embelezamento, encantamento. A arte é imaginação e realização.

Por Betânia Pereira

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