Na minha velha habitação posso me
desnudar da armadura
Despir os anseios que me tomam o peito
a cada novo nascer do dia
Permitir que a calidez do quarto escuro
acalente meu eu sozinho
Perdido nos pequenos espaços em branco do meu inconsciente
Contemplar a existência do viver e sobreviver aos pesares e amores da vida
Os encontros e desencontros que nos
lançam em um redemoinho de sabores
agridoces
Sinto na boca o gosto rançoso das palavras não ditas por covardia
Recolho do chão o que restou de mim
após desprender minhas amarras
Trago com cuidado aquilo que me resta
ao fim de cada cair de noite
Um ser solitário e frágil desprovido de defesas contra a fria e quase sólida solidão
Por TAMIRES SILVA
Campo Alegre – AL, BRASIL