Interior De Mi(nas)m, Todos Os Dias, De Janeiro A Janeiro, Desde Que Te Conheci.

Interior De Mi(nas)m, Todos Os Dias, De Janeiro A Janeiro, Desde Que Te Conheci.

 Querido diário,
 Hoje, senti a saudade diferente, ela sempre me visitou despedida, lembrança, mas hoje não, sinto saudade presente, sinto o som da risada que me abraça à distância e o toque daquele olhar que se revela doce, todos os dias; saudade de cinco minutos atrás, quando me dei conta de que amor já não é, apenas, sentimento, mas meu substantivo próprio e a declaração dele, conectivo, conexão, resposta e isso me fez sorrir como nunca antes, um sorriso dividido, somado, a ponto de me fazer sentir, de olhos fechados, o arquear de outros lábios, durante o beijo roubado.
 Há, exatamente, um mês escancarei minhas janelas e toda manhã um bem-te-vi vem me acordar, sou eu que canto, mas é ele quem me transforma em melodia e nos faz música, (em)cont®o, poesia. Há trinta dias, sinto saudade do presente, de um segundo atrás, do próximo minuto que ainda nem aconteceu e daquele dia; talvez, por não ser noite de sexta-feira, mas tarde de um dia qualquer, o número treze me trouxe sorte, acho que foi você, querido amigo, assunto de prosa, guardião dos meus poemas e segredos, mencionado, despretensiosamente, o início de tudo (…)
 Cinco minutos, vinte e um dias, um mês, trinta e um anos e três meses, eternidade… Ah, diário, sinto tanto, sinto muito, sinto tudo, sinto… saudade!

Por JÉSSICA SABRINA

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