MÃE ÁFRICA – Lunda Tchokwe

MÃE ÁFRICA – Lunda Tchokwe

 O Lunda Tchokwe ou thutchokwe, é o nome dado ao povo que se encontra na parte leste de Angola e uma parte desse povo está assentado nos territórios da Zâmbia e Congo.

 O povo Tchokwe antes da ocupação colonial, tinha a região de Mussumba actual R.D.C como a capital do império Runda ou Lunda, que abrangia da actual R.D.C, Zâmbia, Norte e Leste de Angola. Foi reinado por Mwanangana Konde (Rei Konde – traduzido para português), ele foi um dos primeiros monarcas e teve 3 filhos, a citar: Rueji ou Lueji, Txinhama e Txinguri… Após a morte do Rei Konde, a filha Lueji sucede o pai e o seu reinado é marcado por um crescimento ao nível econômico e conflitos com os seus irmãos, porque por conta do seu casamento com um caçador estrangeiro, Tximbinga Ilunga que havia sido constituído escravo (Kapindji) por ter invadido o império.

 Na cultura Tchokwe, quando a mulher estivesse no seu período menstrual, abstinha-se de certas actividades da comunidade ou colectivas que envolvesse homem. Neste contexto, quando a rainha estivesse no período menstrual não podia usar a tchipangula (Coroa), e então o marido (o tido como capindji – escravo), assumia o trono. Este facto irou os irmãos da Lueji, vindo a causar uma guerra entre os filhos de Konde e a posterior separação, pois tanto Txinhama quanto Txinguri, não aceitavam ser governado por um Capindji( escravo).

 Txinhama foi para o casombo-Luena território do actual Moxico e estabeleceu o seu Reino e foi sequenciado pela sua filha Rainha Nhya Catolo (Reinado que persiste até os dias de hoje). Txinguri outro irmão da Lueji, foi para o território do Muconda Lunda-sul), onde nasceu seu filho Sengu – Mwussenhue, da qual nasce o rei Mwatxissengue Watembo (Reinado que persiste até os dias de hoje).
Da Rainha Lueji nasceu Yava, que assumindo o Ngunja (trono) ou chegando ao Wanangana (Reinado) foi denominado por Matxi Yava ou mwata Yava( que traduz-se como soberano Yava)…
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 A cultura Tchokwe tem vários símbolos que formam a sua identidade cultural, a destacar:

 A máscara Mwana Phwo: que simboliza a beleza feminina da mulher Tchokwe ou kioka e o Samanhonga (Pensador), a estatueta que representa a inteligência, sabedoria e estratégia do Katchokwe. Razão pela qual a região Lunda não foi colonizada, apenas ocupada por um período de aproximadamente 50 anos, pois o povo Tchokwe assinou um acordo de protetorado com o então colono português.

 Devido a sua capacidade intelectual, o povo Tchokwe já tinha aldeias organizadas, com casas feitas de pau-à-pique e Yambu (Capim), o Katchokwe já dispunha de Muivu (Zagaia e Flexaa), Phoko (Faca), Ndjangu (Machado) e outros utensílios, para fazer as suas ferramentas e trajes usava uma árvore chamada ” Mumbumbuji” além disso, o povo já tive uma organização na sua forma de viver em relação a outros povos Thóta (Arma de fogo) munições (fundanga),

 Para as suas danças o Katchokwe usava “Ngoma” (Batuque). É um povo que não apostava muito na agricultura, mesmo possuindo terras aráveis, a pesca artesanal era a sua principal actividade de subsistência. Na culinária, o Txissopha (molho de peixe), Ufatxi (molho de carne de caça) e Xima (Funge) são os pratos característicos do povo.
Na próxima edição abordaremos do Mucanda (Ato da Circuncisão) na Cultura Txokwe…

Por Piedade Manuel (Mwe Mwene Phemba nhyi Phezo S7te Vidas) e Alegria Mauro Manuel

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