Bem-vindos á Coluna Nau Literária, navegando nas ondas das entrevistas e da História Epistolar “Cartas que Moldaram laços e memórias”.
Nessa edição temos a entrevista da Profª Rio-pretense Samira Aparecida de Camargo, poesias e dados históricos que nos leva aos tempos pretéritos do inicio da escritas e das cartas.
[…] Depois… depois querida, queimaremos o Mundo, porque só é verdadeiramente senhor do Mundo quem está acima das suas glórias fofas e das suas ambições estéreis. Estamos ambos neste caso; amamo-nos; e eu vivo e morro por ti[…] (Machado de Assis, em Carta a Carolina de Novais,1869).
Guardo na memória a espera ansiosa da chegada do carteiro com a missiva que continha sonhos, esperanças e amor.
As narrativas geralmente começavam assim: “Escrevo-te para dar-te minhas notícias e saber das tuas…” e finalizava “do sempre teu”… Ao ler a carta, era como se o leitor entrasse nela e vivenciasse toda a história, tamanha era a força de suas frases e emoções.
A multiplicidade que compõem os textos das cartas se assemelha a uma explosão textual como o nascimento das pétalas de uma flor, entre a ação do pretérito, presente e futuro no espaço tempo na busca de novos intelectos no mundo contemporâneo
Conta-nos a história que nos tempos antigos, a origem do gênero epistolar remonta a um período em que a escrita era uma forma essencial de comunicação. Acredita-se que as primeiras formas de correspondência escrita datem de cerca de 3.000 a.C., quando os sumérios, habitantes da Suméria, no sul da Mesopotâmia (atualmente Iraque e Kuwait), desenvolveram a escrita cuneiforme. Esta civilização é considerada a primeira a existir na região entre os rios Tigre e Eufrates.
Entretanto, foi na Grécia Antiga que o gênero epistolar começou a se desenvolver como uma forma literária. Os gregos frequentemente utilizavam cartas para expressar pensamentos, compartilhar conhecimentos e manter contato com pessoas distantes, valorizando a escrita e a retórica. Até hoje, as cartas deixadas por alguns dos escritores mais famosos da Grécia Antiga, como Sócrates e Platão, são estudadas e apreciadas.
Na era digital, o gênero epistolar também encontrou novas formas de expressão. Os autores podem compartilhar suas experiências, pensamentos e opiniões com um público amplo através de formas modernas de correspondência escrita, como blogs, vlogs e podcasts. Essas formas de comunicação digital continuam a evoluir e a expandir, sendo capazes de alcançar um número maior de pessoas e de criar comunidades virtuais em torno de interesses comuns.
Ser protagonista da vida é nutrir-se intrinsecamente de motivações, é ser condutor do bem da felicidade que nos conduz ao fio que liga passado, presente e futuro, que nos oportuniza o alforiamento das emoções dos desejos adormecidos, dos prazeres do manto festivo da semeadura e dos caminhos variados da importância do ser.
Oferto esse poema a todos leitores e companheiros da Revista The Bard.
Cartas de amor
Magna Aspásia Fontenelle
Havia uma vez um jovem poeta
Que em cada verso sua alma completa
Escrevia cartas de amor
Com palavras de esplendor
Para sua amada tão bela e discreta
Em cada carta ele despejava
Seus sentimentos e amor que nunca acabava
Ela as recebia com sorriso
Lendo com tanto juízo
Cada palavra que ele a dedicava
Nas noites de Lua cheia
Ele escrevia com tamanha alegria
Declarações de paixão
Que enchiam seu coração
De esperança de um dia serem um em harmonia
As cartas de amor se tornaram sua canção
Cantada com tanta emoção
Elas eram sua forma de se expressar
De mostrar o quanto a amava
E de ansiar por sua união
E assim, o jovem poeta continuava
A escrever cartas de amor com alegria
Na esperança de um dia poder enfim
Ter nos braços sua amada,
E juntos viverem em plena sintonia.
As cartas de amor eram sua arte
Que expressavam seu mais puro afeto
E ele as continuava a escrever
Com a certeza de que um dia iria receber
O tão sonhado e esperado aceito.
Boa Leitura!
Por MAGNA ASPÁSIA FONTENELLE