A proposta da coluna “Nem Te Conto” reflete a capacidade de se captar a essência da vida cotidiana, traduzindo-a em breves narrativas, mas impactantes. Para o escritor um dos maiores desafios e encantos da literatura está em conseguir contar uma história com profundidade e significado em um espaço reduzido. O miniconto, nesse sentido, se torna uma forma precisa e afiada de explorar a complexidade humana e suas nuances, de uma forma que cativa e surpreende o leitor.
É preciso um olhar atento para as pequenas histórias do dia a dia, que, quando bem contadas, revelam universos inteiros. Em textos curtos, cada palavra conta, é preciso ser capaz de transformar um instante aparentemente simples em uma narrativa instigante. O ritmo ágil dos minicontos permite-se jogar com a concisão, a linguagem precisa e a criatividade para despertar a imaginação, provocando reflexão, humor ou emoção. Faz-se necessária a habilidade de criar reviravoltas inesperadas e finais surpreendentes, característica marcante dos minicontos. Um vasto repertório literário enriquece a escrita e facilita transitar por diferentes gêneros e estilos, utilizando-se ora do realismo, ora do surrealismo ou da fábula, sempre com um toque de originalidade ao contextualizar a história narrada com a vida real, comum, que alcança desde o leitor mais simples até o mais erudito.
A coluna “Nem Te Conto…” é espaço ideal para trazer pequenas doses de literatura, que se encaixam perfeitamente no ritmo acelerado do cotidiano. Cada miniconto, com sua leveza e profundidade, será uma espécie de convite a você, leitor, para parar por um momento, refletir e se deixar surpreender.
Olá, escritor(a),
Você já se pegou pensando que as melhores histórias são aquelas que nos fazem refletir com poucas palavras? Que um conto pode ser tão poderoso em sua brevidade, que basta um único instante para tocar a alma do leitor? Se você é dessa opinião, temos um convite irrecusável para você!
A coluna “Nem Te Conto” da Revista The Bard está à procura de minicontos que encantem, provoquem, surpreendam e desafiem a imaginação do público. São histórias de até 300 palavras que precisam ser tão envolventes que, ao terminarem, o leitor sinta que poderia continuar lendo por horas.
Queremos sua criatividade, sua paixão pela escrita e sua habilidade em transformar uma ideia simples em algo grandioso. Na “Nem Te Conto”, cada palavra conta e cada frase é um novo universo a ser explorado.
Se você já escreve, se tem aquele conto guardado na gaveta, ou mesmo se está procurando a oportunidade certa para mostrar seu talento, essa é a sua chance!
A revista The Bard é o espaço onde a literatura se reinventa, e a coluna “Nem Te Conto” é seu palco. Vamos juntos escrever novos capítulos dessa jornada literária, com minicontos que deixam marcas inesquecíveis na memória de nossos leitores.
Não perca tempo, conte algo que ainda não contamos! Estamos ansiosos para ler seu miniconto e te ver participando das próximas edições da revista The Bard.
TEMA: Segredos Inconfessáveis
CONTISTA: FABIANA FRANCISCO
O Silêncio da Culpa
Carlos guardava, em um canto da alma, o peso de um erro irreparável. A noite em que perdeu o controle, o estrondo do vidro quebrado ainda ecoava em sua mente. Todos pensavam que ele estava inofensivo, mas o silêncio de sua família era um pacto sombrio. Ninguém falava, mas todos sabiam: a verdade estava enterrada, e nunca seria dita.
O Último Pedido
Quando Marta encontrou a carta escondida na gaveta, as palavras pareciam sussurrar o impossível. Seu pai, tão respeitado e amoroso, havia cometido um ato impensável anos antes. O pedido final era claro: “Nunca conte a ninguém.” Ela guardou o segredo, mas a culpa a corroía. Cada sorriso que ele dava, agora, parecia um disfarce, e o peso da mentira só aumentava.
O Eco da Verdade
Lúcia sempre soubera que algo estava errado. Seus pais eram perfeitos demais, como um retrato cuidadosamente moldado. Mas, aos poucos, o eco de um segredo inconfessável se fez mais forte. Ao encontrar o diário da mãe, descobriu a traição, o perdão e uma vida inteira de mentiras. Lúcia olhou para seus pais, sorrindo como se nada soubesse. Às vezes, o silêncio é o pior dos cúmplices.
A Última Mentira
José sempre acreditou nas histórias do avô sobre a juventude aventureira e cheia de honra. Mas, ao vasculhar os papéis antigos, encontrou um testamento diferente, onde o avô confessava um crime hediondo: uma vida de mentiras para proteger um nome. Quando José se olhou no espelho, soubera que herdara mais do que a aparência. Ele carregava o mesmo segredo, e a mentira já fazia parte dele.
Por FABIANA FRANCISCO