debaixo da mangueira, vi o sol forte raiar
a fogueira acender
vi o riso se perder
e o tempo ligeiro passar
debaixo da mangueira, senti o vento soprar
o cheiro do café subir
vi a felicidade existir
até o céu de cor mudar
debaixo da mangueira, ouvi a chuva pingar
o entoar do louvor
vi nascer o amor
tanto fruto germinar
à mangueira que deu sombra
deu-se um fim, sem explicar
do doce ou do azedo,
nada mais se pode provar
em cima da mangueira é onde há de pisar
nem sol, vento ou chuva
vi, no lugar do vasto verde,
somente um povo a lamentar
Por BEATRIZ CLARINDA
São Paulo – São Paulo, Brasil