Quando a noite cai
E o vento cálido do dia
É substituído pela brisa fresca,
Agasalho-me sobre as horas,
Deito meus sonhos no tempo,
E me refúgio dentro de mim
Aconchegada sob os raios lunares
Perco-me no espaço cósmico
Que divide o real do imaginário
E já não sou a menina sonhadora,
Mas a mulher revestida de realidade
Em seu etéreo encantamento noturno.
Inauguro a virgem noite
Mesclada pela escuridão e as cores
Que pintam minha imaginação
E ali sou poesia eternamente pulsante,
Às vezes sou poesia em construção
E às vezes a própria desconstrução
Às vezes sou apenas pedaços
De poemas perdidos pela noite,
Restos do dia que se foi,
E às vezes, sou poesia completa
Sou rima, melodia, cor e tom
Às vezes sou criança frágil perdida em devaneios,
E às vezes sou mulher forte e decidida
Às vezes brilho como a lua,
E às vezes apenas me ponho, como o sol…
A mulher em mim se faz
E se refaz a cada dia.
Por VIRGÍNIA SANTANA
Anísio de Abreu – Piauí, Brasil