Sim, por que não?
perguntou-me com afeição
e uma leve aflição.
Não havia rispidez naquela locução,
a pergunta continha certa emoção,
em um timbre bom, misto de barítono
e tenor daquele senhor.
Tanto carinho para perguntar
em qual rua deveria virar?
A terceira, respondi com certeza,
eu também estou indo para lá,
não sei bem o que encontrar,
saberia o senhor me informar?
Certamente disse-me condescendente:
– É o encontro de todas as luas
e estrelas das noites sem luar,
que insistem em brilhar!
Contam histórias milenares,
riem, cantam e dançam excêntricas,
sentam-se em círculos concêntricos,
e adormecem sem sonhar.
Por EDUARDO CHIARINI
Belo Horizonte – MG BRASIL