Sinhor…
Queremos o “pipa”…
Queremos que nos, ofereça água…
Oh!…
Meu amo, sinhor engravatado, com roupa de missa…
Tu não sabes o que…
São noites de luares…sem aguares,
E dias sem trovejares…
Meu açude secou…
E ataúdes, proliferou…
O carcará está bravo…
Voa pela terra vermelha…
Não mais se avermelha…
Querem acabar com nosso sangue…
Água meu sinhor!…
Nós queremos lambuzar dela…
Minha vasilha…
Não tem nem, um pouquinho farinha…
Nem erva daninha dá, nessas bandas…
Sinhor, queremos água!…
Sinhor não se vá, não vá!…
Não se evapore!…
E não faça seu povo implorar aos céus…
Para que as nuvens chorem…
Sinhor, queremos água!…
Sinhor, queremos água!…
E não somos pau d’água…
Da aguardente…
Não restou… Nem um dente…
Sinhor, queremos água!…
Somente água…
Por CLAYTON ALEXANDRE
Novo Horizonte – São Paulo