Mesmo enterrado, esquecido e ultrapassado
Totalmente morto
Ainda persiste em me perseguir,
Seja nos meus sonhos mais triviais
Ou devaneios mais sombrios.
Um amor desalmado
Que apenas me consumia de dentro para fora
Antropofágico
Por natureza e ímpeto de crueldade,
Devorou-me por inteiro e só deixou lamentações.
Dezenas de marcas espalhadas pelo corpo,
Amor canibal, instinto pujante
Mas parecia carinho, dizia que era
Porém, o coração mutilado em pedaços
A alma destroçada.
Meu masoquismo pediu trégua,
Há certas dores e humilhações difíceis de aceitar
Busquei amores brandos
Um afago na alma
Um toque de compaixão.
Mesmo dominada por um amor selvagem,
Fugi dos traumas do meu passado
Um dia da caça, outro do caçador
Matei em mim, o amor que sentia
Tornei-me uma vítima algoz.
Por BRUNA ESTEVES
Salvador – Bahia, Brasil