Quando a vejo, eis que ainda não sei como me portar
… Conheci você tão a fundo, seus segredos e medos
Partilhávamos sonhos e metas de um agridoce futuro
Que não se fez real e meu castelo de areia desabou…
Hoje somos quase dois estranhos em corredores
Não significa que eu não me lembre de nós juntos
… Mas nada mais é tão engraçado… Nem pueril:
Anos passaram, lágrimas secaram, mas ainda dói…
Meu “preciso de ti” se fez um triste “que se dane”
E o “eu te amo” agora é um “odeio-a com toda ira”
Ainda que eu sequer saiba o que meu coração quer
E que sem você, eis que ele, inexoravelmente, morre:
Sempre a vejo com seus olhos verdes: Ruiva? Loira?
Nem sei: de almas gêmeas, agora um indiferente duo:
Só que eu me pego esquecendo de sofrer, até sorrio
Penso em te ligar, mas o orgulho nem me permite…
Permito-me ser aquele tolo feliz que corria ao seu “alô”
Por segundos, sinto seu perfume e suas unhas nas costas
… Embora tudo tenha findo, resta amor e a saudade boba
Mesmo sendo seu, seguir em frente é o que me resta …
Por MARCELO GUIDO
Itapeva – Minas Gerais, Brasil