Basta
Deito no chão para ver o céu.
Cansei da rotina do metrô.
Pegar o carro apressada para enfrentar o trânsito
ou subir no ônibus lotado com música alta e gente com cheiro de labuta
Dormir porque tem que acordar.
Métro-boulot-dodo.
O restaurante que como todos os dias,
só me dá vontade de jogar o prato na cara de alguém.
Desculpe- me.
Tudo é lixo, a vida é como papéis amassados.
Soco na cara.
Tempo ácido.
Deito. O sofá me suga, me entrego.
Eu quero entrar em uma piscina de borda infinita.
Por MARCELLE AZEREDO
Rio de Janeiro – RJ, Brasil