Escrevo porque o tempo existe
e porque ele em mim ainda resiste
Escrevo porque me espanto
e me espantando me encanto
Escrevo para registrar o momento
nem que seja com a caligrafia do vento
Escrevo porque a vida não me é indiferente
e dela sou seu interminável discente
Escrevo porque sou subversivo
embora não possa mudar o mundo em que vivo
Escrevo com a inquietação cavadora dos dedos
e sem medo de descobrir em mim segredos
Escrevo porque busco sentido
no que sinto, percebo e existo
Escrevo porque me calo
e ao calar eu falo
Escrevo porque leio
e porque leio escrevo
Escrevo porque escrever é infinito
e talvez o infinito seja o que eu busque, admito
Escrevo porque escrevo
e escrever para mim é destino
e porque não sei fazer outra coisa
e se soubesse ia me sentar à mesa
e novamente escrever junto com meu menino
Por JOAQUIM CESÁRIO
Recife – Pernambuco, Brasil