Cartas recebidas e enviadas
que, de longe, traziam notícias
informações muito aguardadas
algumas, guardadas, são relíquias
vêm de pessoas sempre amadas
ou de autoridades, reis, milícias.
O preparo de uma missiva
tipo de papel timbrado
caneta tinteiro, expressiva
para um texto ditado
vira voz, presente, viva
como se estivesse ao lado.
Um envelope de boas-vindas
também pode ser despedida,
selo raro, de uma arte provinda
por alguém da família remetida
do destinatário sumido, finda
a angústia do silêncio mantida.
Cartas são memórias amarelas
da caligrafia cheia de conteúdo
da mente que brota aquarela
cores, que não deixam mudo
pode ser triste, precisa, bela
dizer quase nada, nisso, tudo.
Por PATRÍCIA OCCHIUCCI
Mogi Guaçu, São Paulo – Brasil