No desencanto do improvável, a luz que nunca se apagaria, apagou-se!
Apagou-se no cintilar da lua, no descansar da noite
No medo que me impediu de enxergar para quem seria o milagre
Nem sempre há uma segunda chance, nem tudo na vida pode ser reconstruído
Quando as telhas se quebram, as cinzas se espalham
Desculpas não justificam querer ser o que não sou
Nem sempre seremos capazes de voltar ao ponto de partida
E quando os olhos se arregalam surpresos e condenáveis
Nem as minhas lágrimas se juntando ao córrego do rio,
serão capazes de limpar os escombros
E se em frente for possível seguir, quero seguir com as panapanãs amarelas
Quero seguir em outro tom, quero mudar o turno das sessões
Quero que seja possível girar a maçaneta
Eu descobri! Eu sou o milagre, sou a vida!
A vida que se transforma, que se manifesta no brilho dos olhos e
na celebração do novo encanto.
Por EMANUELA LOPES
Salvador, BA, Brasil