Acalenta,
Acalenta,
Acalenta as tuas desarmonias,
os traços curvos da tua história,
os nós que te fazem ser humano.
Ama aquilo que tu não podes controlar,
os ventos que bagunçam teus planos,
o imprevisível que te ensina a respirar.
Acalenta o acaso,
que dança sem aviso,
e as impossibilidades,
que desafiam tua força de existir.
Aceita,
Aceita,
Aceita o grande eletrocardiograma da vida,
os altos e baixos que te desenham.
Permita que os dias cinzentos
te lembrem do valor do sol,
que os tropeços te façam notar
a firmeza de teus passos.
Viva,
Viva,
Viva o instante em toda sua plenitude,
como um grande mosaico com suas cores misturadas,
porque a beleza do caos
é que te faz inteiro.
Afinal, bom mesmo é compreender a vida como terreno do transitório.
Ressignificar os espaços inabitáveis dentro de si com as possibilidades
que o agora oferece.
Por MAURI OLIVEIRA
São Paulo – São Paulo, Brasil