O amor não respeita fronteiras.
Ativo e indiferente a laços,
nem sempre ele é visível aos olhos,
mas sempre é sentido pelo coração.
E quem se deixa encontrar primeiro por ele,
também o encontra no irmão.
São Francisco de Assis que o diga,
nos ensina a sermos fraternos
a toda obra e criatura divinas.
O amor requer:
ações concretas;
simplicidade no olhar;
fidelidade em ser cristão;
desapego de nossa pequenez;
firmeza na decisão de, sobretudo, amar;
e a certeza de que, pra quem o escolhe,
a recompensa sempre vem.
Recebe-o de bom grado,
aquele que está em paz.
Paz que não é ausência de conflitos,
mas é estar conciliado consigo.
Às vezes, pode dar medo
o amor, amar, se ver, se encontrar,
ter relacionamentos verdadeiros.
Mas, de nada adianta ajuntar para si
todo o trigo no celeiro,
pois a vida é uma passagem.
Riquezas bem queridas são as do céu.
A inteligência de nada vale
quando se tem o pensamento longe de Deus.
E compartilhar o bem que se tem com o outro
é costurar um porvindouro nós.
Como as árvores que crescerem fortes,
resistindo às intempéries individualistas,
também devemos possuir raízes fundas
fincas numa terra enriquecida
em história, sabedoria, experiências.
Alimento que provê os novos de saberes,
que mostram que para pregar a paz, sendo paz
é preciso transgredir a atual (des)ordem
do “cada um com seu cada qual”.
Expresseis a caridade, em ti, embutida
e dais, a teu próximo, a hospitalidade que quereis receber.
Por JANE SANTANA LOPES
São Gonçalo dos Campo – BA, Brasil