Na terra do sol ardente e do samba faceiro,
Chegam os haitianos, irmãos estrangeiros.
Com suas cores vivas, sorrisos inteiros,
Rompendo barreiras, deixando os canteiros.
Ayiti, sua terra-mãe, ficou pra trás,
Em busca de dias melhores, de paz.
No Brasil, encontram um novo lar,
Em cada canto, em cada lugar.
Caraïbes, Bagay la se konplike ,
Nou pa pale menm lang, men nou fè mizik .
De Cité Soleil a São Paulo,
As favelas se unem, lado a lado.
Mas a recepção, nem sempre calorosa,
Há quem os veja: coisa horrorosa!
Esquecem-se que a humanidade é uma só,
E que no final tudo faz-se em pó.
Ô camarada, escuta o que eu digo,
Os corações haitianos têm muito abrigo.
Chegam com coragem, vontade de lutar,
E só querem uma chance de se integrar.
Na favela, na periferia, na cidade grande,
Eles se encontram e formam uma irmandade.
“Somos todos migrantes nesse mundão sem fim,
E juntos construímos um novo jardim.”
Por ALINE CANUTO
São Paulo – São Paulo, Brasil