POETAS E POETISAS – Lágrimas por Vanessa Fuchs Loureiro

POETAS E POETISAS – Lágrimas por Vanessa Fuchs Loureiro

Quando as lágrimas chegaram a meus
olhos pensei ter caído em um vulcão.

Ou toda aquela
lava já estava
dentro de mim?

Quando as lágrimas chegaram,
sem perceber
misturaram-se ao sangue ali parado, coagulado já pelo tempo.

O vermelho forte parecia me dizer: chegou sua hora de morrer.

Senti salgar a boca, talvez do sangue,
talvez das lágrimas.

Mas saboreei
o melhor gosto
que já provei.

No nada tudo nos parece possível.

Nesse momento,
a meu ver,
tudo era um grande nada.

Já estava
acostumando-me ao frio, ao sabor insosso.

Quando me fez
sentir a poesia,
alegria contagiante quase insana
no fio de sorriso que expressei.

Foi quando percebi
que em poesia
eu era só a mulher
trocando flores em nossa casa abandonada e vazia.

Chorei novamente,
o pranto eterno da saudade, situações mal resolvidas.

Nem mesmo
a poesia
me faria de novo totalmente plena.

E a poesia me fez sangrar
pobre mulher fantasma em suas poesias vazias.

Acredito que por um espaço de tempo a loucura me tomou.

Por VANESSA FUCHS LOUREIRO
Campo Grande – MS, BRASIL

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