Dentre os derradeiros clarões do dia,
Sobressaem-se as arborescências,
O horizonte refulge nas chamas do sol
Convidando os astros para o grande baile
Do espaço ouço ecos que dançam
Batem contra as muralhas de meu passado
Eis que um sino por perto badala
É momento de prece – Ave Maria
Peço para não ouvir o passar das horas
De um relógio que não me pertence mais
Vejo as marcas no espaço
Penso nas lembranças d’outro tempo
Que ainda estou me desapegando
Admiro o brilho das águas,
Lentamente sumindo com a chegada da noite
Como anseio lavar minhas feridas e me purificar!
Quero apagar da alma e do rosto
As marcas deixadas por tantas lágrimas,
Quero ver brilhar um riso de luz
Como as estrelas que tanto amo,
Que meu coração volte a brilhar,
Iluminando meu ser na sua bela dualidade
De ser luz e sombra
Por NAIRA DINIZ
Salvador – Bahia, Brasil