Oh, excelso das damas,
Que nossos espíritos eternos,
Vejam o que fulguras do firmamento,
E o linguajar do teu olhar,
Que de tanto se manifestar,
É bem capaz de me ludibriar!
E nessas águas calmas,
Que te jogas com roupa de época,
Vais com os teus aprazíveis beijos,
Simbolicamente me confortando,
Mesmo com tão pouco que me resta.
Assim, vou crendo que,
Neste derradeiro momento,
Irei acabar fingindo, que você não está,
Reavendo-me num tempo, aquele perdido.
Mas, sempre fizeste-me te querer,
Quando eu não mais queria,
Até os anseios de te ver nos meus braços,
Eu tive a sensação, de que dormindo estarias.
É desconcertante recordar-te,
Fazendo-me perguntas retóricas,
Entorpecendo-me nas longas madrugadas,
Julgando de certa forma,
O que seriam as meias-verdades.
Assim, será que fadado ao perecimento,
Sem coragem para deslembrar-me de ti,
É porventura o medo de ser e poder,
Vir a algum dia se quer,
Contigo vivenciar o verbo “ter”,
Despindo-me das roupagens,
De que me fiz de personagem,
E que agora, se perdeu?
Por RICARDO OLIVEIRA
São José – Santa Catarina, Brasil