Eu escrevo porque o ser me chama,
numa dança de momentos que se inflama.
Não sou só riso, não sou só dor,
sou mulher, sou poesia, sou fervor.
Irmã das coisas que escapam ao olhar,
não sou apenas riso a ecoar.
Atravesso dias e noites na trama,
do vento que sussurra minha própria chama.
Se desmorono em lágrimas de saudade,
ou se edifico castelos de felicidade,
— não sei, não sei. No mistério me abraço,
se permaneço no tempo ou nele me enlaço.
Sei que escrevo. E a escrita é meu tudo.
Tem sangue eterno, a tinta que pulsa no escudo.
E um dia, sei, meu silêncio será mudo:
— mais nada, apenas a eternidade a tudo.
Por TAMY SIMÕES
São Paulo – São Paulo, Brasil
